Objetivo: descrever as necessidades de cuidado e saúde da mulher quilombola, na perspectiva da interseccionalidade de gênero, raça, corpo e política, segundo evidências publicadas na literatura científica. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cuja busca foi feita nas bases de dados: BVS, EBSCO, LILACS, SciELO, MEDLINE, Web of Science, Scopus, Applied Social Sciences Index & Abstracts e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e Portal de Periódicos CAPES. Foram utilizados os descritores “Mulher quilombola”, “Mulher Negra”, “Vulnerabilidade”, “Saúde”, “Condições de saúde dos Grupos Étnicos”, “Práticas de Cuidado”, “Autocuidado”, cujas combinações utilizadas com os operadores booleanos AND e OR. Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos, teses e dissertações disponíveis gratuitamente nas bases de dados para leitura completa em português ou inglês, oriundos de pesquisas realizadas no Brasil e publicadas entre publicadas entre 2008 a 2018. Foram excluídas as publicações em formato de editoriais, debates e resenhas. Resultados: Foram analisadas 23 publicações inseridas em bases de dados nacionais, que delinearam as memórias dos modos de vidas das mulheres quilombolas, apontando para a saga da resistência e da luta contra o racismo, o patriarcado, o sexismo, a falta de acesso à saúde e o desrespeito às suas práticas culturais de cuidado ao longo dos dez anos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Conclusão: As publicações indicam as iniquidades sociais vivenciadas pelas mulheres quilombolas, reflexos das opressões cotidianas geradas pela interseccionalidade, requer maior atenção por parte das políticas de saúde e dos direito sociais.