Povos indígenas e saúde mental: a luta pelo habitar sereno e confiado

Abstract

Ao Danilo, pela confiança, incentivo, compreensão e apoio ao longo dessa jornada. Por me fazer refletir sobre as questões aqui discutidas, mas também sobre minha origem, que tanto nos diz sobre nós mesmos. Ao Vandré, meu querido companheiro, por me apoiar e me fazer acreditar que esse percurso seria possível. Pela paciência, leitura, dicas, críticas e troca de ideias e pelo mergulho que fez junto comigo neste tema que para nós, tornou-se tão instigante. A Laura, que esteve comigo desde o início, quem me faz acreditar na força e na beleza da existência humana. Aos meus pais, Avany e Edvaldo que sempre me incentivaram aos estudos. A Sirlene Miranda, pelo apoio desde o início da minha aproximação ao grupo e durante o processo seletivo; pelas reflexões, pela leitura atenta ao meu trabalho e pelas contribuições nas várias etapas desta dissertação. Obrigada mesmo! Aos demais colegas do grupo Psicologia Cultural pelas trocas e sugestões ao longo do

Luta e resistência: dimensões para a promoção de saúde Mbya Guarani

“…Selecionamos do material de pesquisa analisado (Sousa, 2018) expressões Guarani contidas nos excertos da notícia "Índios fecham Rodovia dos Bandeirantes para exigir arquivamento de PEC e novas demarcações em 5 Luta e resistência São Paulo", da Rede Brasil Atual, compartilhada pelo coletivo Guarani Yvyrupa, em sua página do Facebook, e uma fala do Xeramõi 4 João da Silva contida no documentário "Teko Rexaĩ: Saúde Guarani Mbyá" 5 .…”

“…O objetivo deste artigo é discutir o sentido da luta indígena como dimensão necessária para a compreensão de saúde junto às comunidades, a partir da análise de enunciados presentes em comunicações públicas selecionadas, de lideranças Mbya Guarani 1 , em textos divulgados em jornais e expressões analisadas no documentário "Teko Rexaĩ: Saúde Guarani Mbyá" (Marin & Calabi, 2012). Também se apresenta e discute reflexões emergidas em pesquisa de mestrado de uma das autoras deste artigo (Sousa, 2018), desenvolvida no campo da psicologia cultural, em sua vertente semióticoconstrutivista, articulada às preocupações presentes no serviço Rede de Atenção à Pessoa Indígena, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). A pesquisa discutiu pontos de tensões emergidos no diálogo interétnico em torno das questões de saúde indígena, dando ênfase ao tema da saúde mental.…”

Noções de bem viver latino-americanas na perspectiva da psicologia: uma revisão de escopo

“…Os Guarani Kaiová e Pai-Tavyterã utilizam as expressões teko katu e teko porã para se referirem a seus bons costumes, às suas normas éticas tradicionais e ao sistema tradicional que orienta a vida dos seres divinos e divinizados (CHAMORRO, 2011). Os Guarani Mbyá identificam com essas expressões o modo de ser ideal dos que habitaram a "primeira terra", uma terra sem males, e estabelecem assim as regras que devem orientar a sua existência (SILVA, 2008;CHAMORRO, 2011;AGUIAR;PEREIRA, 2012;MELIÁ, 2015;CRP-SP, 2016;BEZERRA FIGUEIREDO, 2017;SOUSA, 2018;SIQUEIRA;.…”

“…Outra tendência que emergiu em nossa análise são elaborações em torno de concepções de saúde. Muitos povos originários não possuem termos correspondentes a ideia de saúde ocidental (HERMIDA;, MELIÁ, 2015ROZAS, 2015;FIGUEIREDO, 2017;SOUSA, 2018;MOREL, 2019), logo, os debates sobre bem viver, situados no encontro entre culturas, apresentam abordagens para tratar o tema de forma intercultural, ou seja, considerando as especificidades de cada comunidade, suas necessidades e suas formas de agir no âmbito do que pode ser considerado saúde.…”

“…Flaviana Rodrigues de Sousa (2018) discute em sua obra pontos de tensão no diálogo intercultural em torno das questões de saúde indígena, dando ênfase ao tema da saúde mental.…”