Possibilidades para a mudança do modelo obstétrico hegemônico pelas enfermeiras obstétricas

Abstract

Objetivo: descrever o uso das tecnologias de cuidado da enfermeira obstétrica qualificada na modalidade de residência e sua relação com a práxis profissional. Método: estudo qualitativo com 13 enfermeiras obstétricas atuantes em duas maternidades públicas do Rio de Janeiro, Brasil. Dados coletados por entrevista individual, semiestruturada e análise hermenêutica-dialética. Resultados: a transição do modelo intervencionista estrutura-se no cuidado humanizado com a incorporação de um modelo centrado nas boas práticas e nas tecnologias não invasivas de cuidado da enfermeira obstétrica. A práxis da enfermeira obstétrica contribui para a transformação qualitativa deste cenário, com resgate sobre a fisiologia, o fortalecimento de vínculo e empoderamento da mulher, ressignificando o momento do parto. Conclusão: a prática da enfermeira e o uso das tecnologias não invasivas constituem possibilidades para ruptura do modelo hegemônico culturalmente instituído no Brasil, sendo necessária ainda a constituição de um consenso que supere o senso comum.

Promoção Da Saúde Da Mulher Através Da Atuação Das Residências Em Enfermagem Obstétrica: Revisão Integrativa

“…Exploratória do tipo qualitativa 6 As práticas de cuidado utilizadas por enfermeiras obstétricas, implicadas nos processos de dignificação da mulher e do processo de parto (15) . (16) .…”

Humanização Do Parto Hospitalar: Assistência Do Profissional Enfermeiro

“…No entanto, estudos apontam ainda um modelo de assistência que trata a gravidez, o parto e os cuidados ao recém-nascido como doenças, influenciadas por normas e rotina institucional, cuja centralidade nos aspectos gerenciais e/ou nos procedimentos técnicos 23 . Ainda persiste a resistência, a influência do modelo de atenção obstétrica de caráter intervencionista-medicalizante, centrado nas ações e condutas médicas 23,24 .…”

Parto humanizado: benefícios e barreiras para sua implementação

“…Quando se trata dos serviços de saúde, nota-se que na realidade existe uma fragmentação da assistência, onde o corpo da mulher se torna objeto de intervenções, e a não humanização do processo rompe o cuidado entre a solidariedade, as relações afetivas e a confiança. Muitas mulheres sofrem no padrão obstétrico intervencionista, medicalizado e hegemônico (Silva et al, 2020).…”

“…Observa-se que devido ao poder e influência dos médicos, as possibilidades de um novo modelo assistencial são diminuídas, centrando apenas no modelo de assistência intervencionista (Silva et al, 2020).…”

“…(Baggio et al, 2021). As instituições que são associadas a atuação de enfermeiras com maior humanização do parto, vêm mudando drasticamente a realidade do modelo vigente da assistência ao parto, que é caracterizado por abusos de tecnologias invasivas, agora, para um parto com maior humanização e satisfação para a mãe (Silva et al, 2020).…”