Resumo: Este artigo apresenta uma pesquisa qualitativa com especialistas do setor portuário brasileiro. Essa pesquisa permitiu identificar os fatores afetam que a competitividade dos portos e as ferramentas de gestão utilizadas. Além disso, foram identificadas as ferramentas que deveriam ser utilizadas para o efetivo gerenciamento dos fatores elencados, e os resultados foram confrontados com os caminhos apontados pela literatura. Como principais desdobramentos, destacam-se duas abordagens: setorial e gerencial. Na análise setorial, três aspectos devem ser tratados de forma sequencial: conjunto legal, planejamento e alinhamento entre órgãos. Já na análise gerencial, a ferramenta de sistema gerencial de custeio, a qual irá integrar as demais ferramentas e bases de dados para gerar informações gerenciais, deve ser implementada. Palavras-chave: Governança. Gestão portuária. Eficiência dos portos brasileiros. Portos públicos brasileiros. 1 INTRODUÇÃO Apesar da crise econômica que afeta o Brasil, a movimentação de cargas do setor portuário brasileiro, mais precisamente os Portos, aumentou 8,3% de 2016 para 2017 e 3% de 2017 para 2018 (ANTAQ, 2019). Por se tratarem de empreendimentos de capital intensivo (Tae-Woo Lee e Flynn, 2011; Tovar e Wall, 2019), onde são necessárias grandes somas de capital para sua instalação e manutenção, agravado pelo fato de grande parte dos custos serem fixos, muito se tem discutido sobre eficiência portuária. Segundo Ferretti et al. (2017), se um porto tem receitas maiores que seus custos, ele é considerado eficiente. Já para Costa, Meza e Roboredo (2018) e Julien, Cowie e Monios (2018), a demanda é um fator de grande impacto para a eficiência portuária. Segundo Schøyen et al. (2018), a intensidade competitiva afeta a eficiência de um porto. Por consequência, um porto de maior porte tende a ser mais eficiente (Tovar e Wall, 2019). De forma geral, a literatura define eficiência portuária como a razão dos outputs pelos inputs (