Políticas educacionais e medidas políticas para o combate à pandemia da COVID-19: atividades e lógicas de (re) ações dos gestores, docentes e estudantes das universidades angolanas

Abstract

Este artigo tem como objeto as políticas educacionais em tempos de emergência, procurando analisar alguns dados recolhidos num estudo, de carácter mais extensivo, através de 3 entrevistas semiestruturadas e questionário “online” recorrendo à Google Forms a gestores, docentes e estudantes, de um total de 61 instituições de ensino superior em Angola, sendo 24% públicas e 76% privadas. Centrámos a nossa análise nas dimensões referentes à intervenção do Estado, focalizadas para as medidas políticas ligadas a gestão de crise e à política de financiamento das Instituições de Ensino Superior durante o seu encerramento e às atividades de ensino à distância. O estudo baseia-se numa abordagem mista de investigação ao recolher e analisar os dados qualitativos quantitativos num único estudo em simultâneo, possibilitando a confrontação e comparação entre o referente e o referido. Os resultados sinalizam algum distanciamento das medidas políticas em reposta à pandemia tomadas pelo governo em relação à expectativa dos gestores, docentes e estudantes, sobretudo em relação ao pagamento de propinas sem aulas presenciais, a ausência de condições para a realização de atividades académicas à distância e o fraco investimento na investigação científica.