O processo eleitoral é um momento decisivo na criação, encerramento ou continuidade de práticas relacionadas à agenda socioambiental. Assumindo a relevância deste contexto, este trabalho tem como objetivo avaliar como a questão ambiental foi contemplada nas propostas de governo dos candidatos a prefeitos nas eleições de 2020. Foram selecionadas aleatoriamente três cidades para avaliação, mas representando uma faixa populacional específica (cidades pequena, média e grande). Foi desenvolvido um método que avalia a abordagem relacionada ao meio ambiente dos planos de governo dos candidatos à prefeitura, sendo utilizadas nove categorias (gestão de resíduos sólidos, gestão de recursos hídricos, saneamento básico, qualidade do ar, mudanças climáticas, áreas verdes, biodiversidade, desenvolvimento sustentável e educação ambiental). As categorias foram definidas de forma interativa, a partir da literatura científica em gestão ambiental e políticas públicas e a leitura dos planos de governo. Cada categoria foi avaliada em uma escala de 0 a 3, tendo cada plano uma nota final representada pelo somatório das notas das categorias. A abordagem da questão ambiental nos planos de governo mostrou-se bastante limitada e aquém da necessária. Quatro planos não fizeram referência nenhuma ao meio ambiente e as categorias menos mencionadas foram qualidade do ar, mudanças climáticas e biodiversidade. Em alguns casos, as propostas demonstraram ser de interesse eleitoral e talvez não representem uma preocupação ambiental legítima. Este estudo não abordou questões político-partidárias ou a concretude das propostas, sendo estes campos potenciais para o desenvolvimento de trabalhos futuros.