O presente artigo centra-se na discussão de trajetória, projeto e metamorfose, por meio da análise e da interpretação de registros de pesquisas etnográficas realizadas em três momentos distintos – 1993/2002/2011 – e que tiveram como principal sujeito de pesquisa o mesmo interlocutor. O estudo recupera elementos das três etnografias, a fim de compreender as descontinuidades e rupturas presentes na trajetória desse interlocutor, que, ao se deparar com as contradições e os conflitos da militância religiosa e política – partidária e do movimento negro -, reelabora um novo projeto, buscando dar sentido à experiência vivida. Neste sentido, busca refletir sobre as interconexões existentes entre a religião, a política e a etnicidade.