Política nacional de práticas integrativas e complementares em saúde: discurso dos enfermeiros da atenção básica

Abstract

Objetivo: Analisar o discurso dos enfermeiros da Atenção Básica em relação à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde. Método: Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado com 14 enfermeiros das Estratégias de Saúde da Família. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada, após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: Percebeu-se o desconhecimento dos enfermeiros em relação à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, em razão das lacunas no processo formativo e falta de educação permanente, porém os profissionais pontuaram as possíveis práticas que podem ser utilizadas no cuidado e evidenciou-se, como destaque, neste estudo, a orientação de plantas medicinais e fitoterápicos e certa confusão na diferenciação entre as mesmas. Conclusão: É necessário que exista o fortalecimento na formação acadêmica dos enfermeiros, diminuindo as lacunas existentes no aprendizado, por meio da inclusão de disciplinas e apoio da gestão, oferecendo ações de educação permanente, referentes a essas formas de cuidado no cenário da Atenção Básica.

O uso de plantas medicinais na atenção primária à saúde: revisão integrativa

“…Por outro lado, estudos realizados entre enfermeiros indicaram que 88,7% dos entrevistados da região Sul do estado do RS possuíam déficit de conhecimentos das políticas nacionais e públicas de valorização do uso e difusão de terapias complementares, incluindo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 18,19 .…”

Práticas integrativas e complementares no sistema único de saúde - uma revisão de literatura

“…Os estudos incluídos nesta revisão tiveram como objetivo avaliar o conhecimento dos profissionais (THIAGO et al, 2011;SCHVEITZER et al, 2012;LIMA et al, 2014;CARVALHO et al, 2018;DA COSTA MATOS et al, 2018;SAVARIS et al,2019;SOARES et al, 2019e/ou gestores (ISCHKANIAN et al, 2012GALHARDI et al, 2013;BARROS et al, 2018;BARROS et al, 2020) da Atenção Primária à Saúde em relação às Práticas Integrativas e Complementares.…”

“…A maioria dos profissionais da saúde não conheciam a PNPIC, expôs-se o déficit no conhecimento da política, a ausência da aprendizagem no processo formativo, além das ausências de capacitações ofertadas pela gestão, por meio da educação permanente, o que reverbera negativamente na prática, ao deixar de ofertar para a população do seu território adscrito ações que possibilitem um olhar para além da clínica tradicional, prescritiva e medicamentosa (THIAGO et al, 2011;CARVALHO et al, 2018;SAVARIS et al, 2019;SOARES et al, 2019). Sendo que profissionais entre 6-10 anos de experiência na saúde, são os que mais conhecem a política, seguidos dos com mais de 10 anos de atuação (CARVALHO et al, 2018) Em contrapartida a maioria dos profissionais sabiam sobre as PICS, mas tinham conhecimento superficial sobre as práticas (CARVALHO et al, 2018;DA COSTA MATOS et al, 2018) mostrando-se favoráveis quanto ao uso das PICS (ISCHKANIAN et al, 2012;CARVALHO et al, 2018;DA COSTA MATOS et al, 2018;SAVARIS et al, 2019;BARROS et al, 2020) e declararam acreditar nos efeitos terapêuticos para a melhoria de suas condições de Página | 1042colaboradores (BARROS et al, 2020, enfatizaram como benefícios o fortalecimento da autoestima, socialização e satisfação pelo atendimento recebido em consequência do acolhimento, do atendimento integral e humanizado.…”

“…A implantação da PNPIC possibilitou novos caminhos para o cuidado, fortalece as ações multiprofissionais no âmbito do SUS e em parceria com a comunidade local, promove-se o autocuidado e a autonomia sobre a saúde; o qual considera-se uma potência para o fortalecimento do SUS, à medida que promovem o empoderamento dos profissionais, a autonomia e consciência dos usuários/famílias e novas alternativas de cuidado/cura, transforma-se por meio da humanização o sistema de saúde (DALMOLIN et al, 2019). Como pontos positivos está a possibilidade do cuidado multidimensional, gerado a partir de um núcleo central (SOARES et al, 2019).…”

A importância do enfermeiro nas práticas integrativas e complementares no sistema único de saúde

“…Implementar de forma efetiva as PICS à pratica cotidiana na atenção básica, configura-se um desafio para gestores, trabalhadores e autoridades sanitárias de saúde 21 . Estudos demonstram que os profissionais relatam dificuldades no manejo de algumas práticas, incipiência de conhecimento sobre outras técnicas e referem precisar de cursos complementares sobre aplicabilidade das PICS no SUS 17,19,22 .…”