RESUMO -Racional -As alterações hepáticas constituem as mais importantes manifestações da esquistossomose mansônica. Não são conhecidos fatores que expliquem elevação sérica de enzimas indicadoras de colestase na forma hepatoesplênica da doença. Objetivo -Avaliar a correlação entre elevação da γ-glutamiltransferase sérica e a carga parasitária e alterações ultra-sonográficas em pacientes esquistossomóticos. Casuística e método -Foram avaliados 25 pacientes portadores da forma crônica pura da esquistossomose, quanto a presença ou não de elevação enzimática, quanto a carga parasitária (baixa x média/alta) e quanto a parâmetros ultra-sonográficos. Foi realizada, ainda, análise do índice de protrombina e contagem de plaquetas. Resultados -Dos 25 pacientes, 13 apresentavam elevação da γ-glutamiltransferase sérica. Não houve correlação significativa entre elevação de γ-glutamiltransferase e carga parasitária, ou entre elevação da enzima e alterações ultra-sonográficas. O índice de protrombina e a contagem de plaquetas também não foram diferentes entre os dois grupos (γ-glutamiltransferase normal e γ-glutamiltransferase elevada). Conclusão -A carga parasitária não explica o aumento da γ-glutamiltransferase sérica em pacientes portadores de esquistossomose e a ultra-sonografia convencional não é método sensível para detectar alteração sugerida pela elevação da enzima nestes pacientes.DESCRITORES -Esquistossomose mansoni. Colestasia intra-hepática. Gama-glutamiltransferase.