“…A função de acompanhador, tanto sozinho quanto em conjuntos, possui forte vínculo com a tradição do choro no Brasil, na qual o violão executa o acompanhamento na região médio-grave realizando, além dos acordes, contrapontos melódicos, chamados de baixaria. A transmissão desse gênero se deu ao longo do século XX de forma oral, na qual os músicos são ensinados desde o início a acompanhar de ouvido (PAES, 1998;BITTAR 2010BITTAR , 2011BERTHO, 2015), que neste caso quer dizer que o intérprete tem de decifrar auditivamente, com base na melodia, qual é a progressão de acordes relacionada a esta. Há, portanto, uma clara abertura no texto em relação à harmonia e consequentemente uma liberdade para a configuração específica dos acordes (distribuição das vozes -voicing), para a linha de baixo e também a condução rítmica, que, apesar de possuir padrões básicos, geralmente não é executada de forma mecânica e repetitiva.…”