Perfil de competências de preceptores para a Atenção Primária em Saúde

Abstract

A integração ensino-serviço propõe uma nova forma de pensar a formação. O papel do preceptor é fundamental, mediando o aprendizado do estudante a partir de vivências nos serviços. O presente estudo transversal objetivou avaliar o perfil de competências dos cirurgiões dentistas (CD) atuantes na Atenção Primária em Saúde no município de Campina Grande quanto ao exercício da preceptoria, entendendo a importância desses resultados para as instituições repensarem a formação e proporcionar à gestão o conhecimento do perfil de profissionais que integram sua rede de assistência.Os dados foram coletados por meio de questionário e então submetidos a análise estatística descritiva, bem como empregou-se a análise de diferença de proporções (teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher, quando apropriado) para investigar associações entre as variáveis qualitativas estudadas. A maior parte assinalou que a integração ensino-serviço na formação do CD é extremamente importante (n = 19; 44,2%). Uma parcela expressiva ainda não participou de formação para preceptores (n = 31; 72,1%), constatou-se associação estatisticamente significativa entre já ter participado de alguma formação e relato de sentir-se preparado para a função (p = 0,005). Foram relatadas dificuldades no processo de desenvolvimento da preceptoria (n = 32; 74,4%), destacando-se falta de programa de capacitação (n = 29; 67,4%). Os resultados apontam para a necessidade de processos formativos para os preceptores, que contribuam para uma reflexão consistente sobre o modelo de atenção à Saúde e formação de novos profissionais.

Integração ensino-serviço-comunidade na Atenção Primária à Saúde

“…Além do currículo, é um desafio ter corpo docente e preceptores preparados para educarem neste novo formato e nessas concepções pedagógicas 13,14,22,31 . O despreparo é relatado tanto em relação às práticas pedagógicas, quanto à sua própria prática profissional.…”

“…O despreparo é relatado tanto em relação às práticas pedagógicas, quanto à sua própria prática profissional. Muitos profissionais baseiam-se no empirismo e na formação recebida durante o período em que eram estudantes, sem problematizar a questão social, fato que poderá reforçar, muitas vezes, o currículo oculto nos cenários de prática 12,15,21,22,31 .…”

“…A literatura aponta que as capacitações para o ensino e a preceptoria ainda são limitadas e escassas, fato que traz a importância da discussão da educação permanente aos profissionais trabalhadores e da educação continuada neste contexto 11,12,31 .…”

“…Em relação às questões administrativas e estruturais cita-se a falta de incentivo financeiro aos preceptores 21,31 ; estrutura física e de insumos inadequada para o trabalho e o ensino 21,22,24,32,33 ; dificuldades relativas à alta demanda de pacientes 11 ; número excessivo de alunos por professor 15,22 ; indisponibilidade de tempo e, consequente, de envolvimento dos profissionais-preceptores no processo de aprendizagem 13,14,33 ; resistência e/ ou indisponibilidade de alguns profissionais aos estudantes e o processo de ensino 11,22,32 ; déficit e rotatividade de docentes e preceptores 14,15,22 e sobrecarga de trabalho 19,21,23 .…”

Residents’ perceptions of the pedagogical preparation of preceptors in the Brazilian Unified Health System (BUHS) and associated factors

“…Having a scheduled time within the working day reserved for the preceptorship, by holding pedagogical meetings with the resident to discuss theoretical and practical foundations, is also another factor to consolidate the preceptor's role [9]. Teaching-service integration is an essential pedagogical strategy for training health professionals and making them skilled in the provision of care within SUS settings, and the lack of preceptors' pedagogical training represents a weakness in the complex teaching vs service setting [10]. Therefore, investing in preceptors' pedagogical preparation is crucial to consolidate residents' training [8,11] and to improve the practices of health promotion, prevention, and recovery within the SUS [12].…”