Perfeitos Negociantes: Mercadores das Minas Setecentistas

Uberaba à luz do modo de produção escravista colonial: dinâmicas de escravizados no circuito mercantil (1830–1888)

“…À medida que o declínio se acentuou, Chaves (1999) constata que as instâncias fiscalizadoras da capitania se transformavam, o que acompanhou o engendramento da proto-indústria e das atividades agrícolas e comerciais. De todas as práticas, denota-se a baixa especialização e a diversificação de comerciantes, reafirmando o caráter pré-capitalista da divisão social do trabalho, exceto na pecuária que possuía pela sua lógica um consumidor estável e uma atividade monopolista.…”

“…De todas as práticas, denota-se a baixa especialização e a diversificação de comerciantes, reafirmando o caráter pré-capitalista da divisão social do trabalho, exceto na pecuária que possuía pela sua lógica um consumidor estável e uma atividade monopolista. Destacando, por exemplo, que nas fontes consultadas neste trabalho a presença de uma economia pecuária e escravista será vista e ela aparece em Minas Gerais muitas vezes com o escravizado como o transportador do gado enquanto mercadoria (CHAVES, 1999).…”

Cozinha Mineira E Abastecimento Alimentar Nos Campos De Vila Rica De Ouro Preto No Século Xviii E Início Do Século Xix

“…Isso se encontra expresso não só nos editais, mas também nos acórdãos das câmaras, quando os juízes e os vereadores decidiam sobre as questões administrativas referentes às vilas. Cláudia Chaves (1999) ressaltou que os tropeiros e os moradores da Capitania enviaram várias petições ao governador para que fossem resolvidos os problemas das estradas para facilitar o acesso e a circulação de mercadorias. Em 1717 o governador, Conde de Assumar, enviou uma carta ao Rei contendo reclamações contra os moradores dos caminhos, que os interrompiam ou criavam novos com o intuito de obrigar a passagem das tropas por suas fazendas: [...] também me requereram os homens de negócio que andam no dito caminho (novo) pusesse remédio nas desordens que os roceiros dele cometiam não só no excesso com que vendiam os mantimentos pondolhes preço a sua vontade, e usando de medidas falsas mas desconsertando os caminhos de propósito para os ditos homens de negócio se deterem nas suas roças do que procedia fazerem grandes gastos, e morrendo-lhe, ou estropeando-se-lhe os cavalos por causa dos ditos caminhos deixarem aos ditos roceiros as fazendas que nele conduziam, ou vendidos por preço muito diminuto, ou dado a guardar, o que eles faziam de sorte que depois lhes não aparecia uma grande parte delas (CHAVES, 1999, p. 50-51).…”

“…Em 1720, o Conde de Assumar escreveu ao Rei para esclarecer a importância da construção de um palácio para residência dos governadores na região e destacou a qualidade dos pastos para os cavalos "cousa dificultosa de encontrar em outra parte" e também porque "o sítio de mais a mais abunda em mantimentos" (LEMOS, 1908, p. 97) A pecuária foi uma das principais e mais rentáveis atividades entre aquelas voltadas para o mercado interno. De acordo com Cláudia Chaves (1999), o gado vacum movimentava um comércio intenso tanto no interior da Capitania das Minas, como também com capitanias vizinhas. Os procedimentos necessários aos comboieiros ou boiadeiros que transportavam gados para as vilas eram fiscalizados pelos oficiais das câmaras.…”

O uso de cartas coloniais no ensino de história

“…Como as possibilidades de ganho eram relativamente grandes, contingentes populacionais migraram para o interior das Minas Gerais, posteriormente Mato Grosso e Goiás; tanto reinóis como colonos disputavam espaço comercial, arrematavam contratos e cargos administrativos. A mineração, neste caso, surge como fenômeno amalgamador das diferentes capitanias, constituindo mercado interno e integração regional (BOXER, 2001;CHAVES, 1999;FURTADO, 2002;FURTADO, 2004, p. 79-94;PRADO JR., 2004, p. 169-185;ZEMELLA, 1990).…”