Percepções e uso do metilfenidato entre universitários da área da Saúde em Ceilândia, DF, Brasil

Abstract

As percepções e o uso de metilfenidato entre universitários foram investigados em estudo descritivo realizado em duas etapas. A primeira, quantitativa, foi realizada por meio do preenchimento de um questionário semiestruturado on-line. Para a segunda etapa, qualitativa, foi realizado um grupo focal. Dos 337 participantes da primeira etapa, 14,5% relataram usar o metilfenidato. Entre os usuários, a prevalência de uso sem prescrição foi maior para o sexo masculino (65,3%), após ingresso na faculdade (57,1%), e 61,2% relataram eventos adversos. O principal motivo de uso foi o doping intelectual (65,3%). Já na etapa qualitativa, além de reforçar os achados anteriores, foram identificados tópicos temáticos como a pressão externa exercida por familiares, sociedade e a rotina universitária. Esses achados apontam para a necessidade de medidas de apoio e orientação aos universitários e de reformulação do processo ensino-aprendizagem.

Implicações do uso descontrolado de nootrópicos tarja preta na potencialização do desempenho acadêmico: uma análise das consequências

“…Outro fator, é que tem uma preocupação significativa sobre o uso do medicamento proporcionando uma vantagem injusta, especialmente em contextos como concursos públicos, onde o uso pode potencialmente exacerbar as desigualdades econômicas (Meiners;Azevedo et al, 2022). Nesse sentido, nota-se que há uma perspectiva importante a esta discussão, o qual destaca a necessidade de considerar os aspectos éticos e morais do uso de nootrópicos para melhorar o desempenho acadêmico, e sugerindo que é necessário um debate mais amplo e inclusivo sobre este tema (Netto, F. et al, 2018).…”

Uso indiscriminado de medicamentos psicoestimulantes em estudantes

“…Além disso, a busca incessante de uma melhor performance, a partir da melhora da concentração, foco, estado de alerta e rendimento é resultado de uma construção social que fomenta os universitários a serem produtivos e competitivos e buscarem cada vez mais a prática do "doping intelectual". O acesso facilitado aos medicamentos também pode influenciar ao uso desenfreado, já que compra de prescrições médicas estão cada vez mais comuns nas universidades (MEINERS et al, 2022).…”

O uso off label do metilfenidato por estudantes universitários no Brasil para o neuroaprimoramento cognitivo

“…A disseminação do uso não terapêutico do metilfenidato, comercializado sob o nome RITALINA®, é notável entre indivíduos que almejam aprimorar suas habilidades cognitivas, incluindo atenção, foco e concentração. O uso inadequado deste medicamento como uma ferramenta para melhorar o desempenho intelectual tornou-se uma prática adotada por muitos estudantes universitários no Brasil, contribuindo para a formação de uma cultura de "doping intelectual" (MEINERS et al, 2022).…”

“…Além disso, essa prática desencadeou debates sobre a disponibilidade, prescrição e controle de medicamentos como o metilfenidato. Embora o medicamento tenha sido originalmente desenvolvido para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 7, n.2, p.01-14, mar./apr., 2024 Hiperatividade (TDAH), seu uso fora dessas indicações terapêuticas é motivo de preocupação crescente (MEINERS et al, 2022).…”