Percepções dos agentes comunitários de saúde: contribuições para a gestão em saúde

Abstract

Cómo citar este artículo: Speroni K, Fruet IM, Dalmolin G, Lima SB ARTÍCULO ORIGINAL

Qualidade de vida e sofrimento psíquico em agentes comunitárias de saúde

“…Outros estudos 4,6,18,19 destacaram, da mesma forma como identificado no presente estudo, que o ACS é aquele que presta serviços à comunidade com o intuito de ajudá-la nos limites da sua prática, sendo visto como alguém que assiste a comunidade, na medida em que consegue oferecer recursos que promovam a melhoria dos seus respectivos estados, ao mesmo tempo em que busca orientá-la para que alcancem uma melhoria da qualidade de vida.…”

“…Sendo assim, prevalece nestas profissionais o sentimento de impotência e culpa em relação aos problemas sofridos pelas famílias, como também assinalado por outros trabalhos 22,23 . Os ACS são os profissionais da rede primária de saúde que estão mais propícios e vulneráveis a apresentar manifestações de estresse, devido à sua extrema aproximação com a população atendida e consequentemente com a criação do vínculo com os sujeitos que residem na comunidade 4,15 .…”

“…O duplo papel exercido pelo ACS -ser parte da equipe de saúde e ser morador da área de abrangência do serviço -no entanto, pode gerar situações desgastantes e de sofrimento para esses profissionais 2 . A rotina do ACS pode gerar um alto nível de estresse em virtude da alta exigência no trabalho, por ser cobrado constantemente pela realização de inúmeras tarefas e para atingir metas de produtividade, o que se soma à escassez de recursos para a efetivação do seu trabalho, situações de grande pobreza e adoecimentos em vários níveis com os quais tem contato nas visitas que realiza 4 .…”

“…Assim pode-se dizer que o sofrimento é estabelecido quando o profissional constata que mesmo sendo considerado agente de transformação, não possui instrumentos necessários, conhecimentos e também nem toda a propriedade de mudança que a teoria traz a respeito do seu papel. Dessa forma, a sua atuação o coloca em uma posição delicada no qual ele vê a realidade do lugar em que vive e o que o de fato pode ser realizado para haver uma melhoria da situação 4 .…”

Grupos de cessação de tabaco desenvolvidos na Estratégia Saúde da Família

“…Mesmo aqueles profissionais que não fazem parte diretamente dos grupos atuando como facilitadores, devem dispor de informações e incentivo aos usuários que buscam auxílio. Nesse sentido, torna-se fundamental o papel do ACS como promotor de saúde, pois ele possui vínculo direto com o usuário devido à proximidade do seu domicílio, incentiva-o na tomada de decisões e fornece orientações visando melhoria de sua qualidade de vida(SPERONI et al, 2016).Ainda em relação à dificuldade na adesão aos grupos de cessação do tabaco, alguns fatores podem interferir no engajamento do tratamento, tais como: barreiras educacionais, associação do tabaco com outras drogas psicoativas, vulnerabilidade social, aspectos culturais, ambiente familiar, dependência de medicamentos e aspectos psicopatológicos (RODRIGUES; VELOSO JÚNIOR, 2017). Observou-se que alguns participantes possuíam uma ou mais dessas características, o que pode interferir no sucesso do tratamento.…”