Percepção de enfermeiros sobre diagnóstico e acompanhamento de mulheres com depressão pós-parto

Abstract

Objetivo: Analisar as percepções de enfermeiros sobre diagnóstico e acompanhamento da depressão pós-parto em Divinópolis-MG. Método: Estudo qualitativo, descritivo, realizado no período de setembro de 2018 através de roteiro semiestruturado e referencial Minayo, com amostra de nove enfermeiros da Estratégia de saúde da família. Resultados: Os enfermeiros não possuem suporte literário pré-definido para seguir caso deparem com mulheres em depressão pós-parto, sendo essas direcionadas para o psicólogo ou psiquiatra. Nas unidades não existem capacitação para os profissionais relacionados à temática, impactando negativamente nos atendimentos, tornando-o fragmentado. Não há um assessoramento por parte do município para auxiliar os profissionais de enfermagem a lidarem com essas mulheres. São utilizados mecanismos relacionados a busca ativa na maioria das unidades do estudo. Conclusão: É de suma importância o assessoramento municipal diretamente relacionado a temática, uma vez que contribui para um atendimento integral que vai de acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde.

O cuidado de enfermagem à mulher com depressão pós-parto na atenção primária à saúde

“…A enfermagem possui papel fundamental na prevenção, detecção e tratamento da DPP, reconhecendo os fatores de risco e atuando no planejamento de atividades de promoção à saúde dentro de uma perspectiva psicossocial (Moll et al, 2019;Santos et al, 2020). Santos et al (2020), ressaltam que o cuidado de enfermagem deve ser planejado em uma perspectiva multidisciplinar que envolva ações de referência e contrarreferência. No Nordeste do Brasil, autores detectaram alta prevalência de DPP em puérperas atendidas na APS (Teixeira et al, 2021).…”

“…Frente a isso, a consulta de enfermagem no puerpério pode ocorrer durante a visita domiciliar ou no serviço de saúde, no período de 42 dias após o parto, possibilitando o acolhimento e encaminhamentos necessários aos demais níveis de atenção à saúde (Santos et al, 2020). Para Souza et al (2018) é na consulta puerperal que o enfermeiro avalia os fatores biopsicossociais da puérpera e o vínculo mãe-filho.…”

“…Destarte, o cuidado de enfermagem é realizado por meio de uma abordagem integral e terapêutica capaz de identificar as transformações ocorridas no processo saúde-doença da mulher em sofrimento psíquico. Assim, foram elaboradas estratégias para o cuidado, incluindo a utilização de instrumentos próprios de enfermagem como a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), tornando possível a operacionalização do processo de enfermagem (PE) (Souza et al, 2018;Santos et al, 2020).…”

“…Os sintomas mais comuns da DPP são: tristeza, culpa, alterações do sono, cansaço, desamparo, anedonia, baixa autoestima, perda ou ganho significativo de peso, retardo ou agitação psicomotora, dificuldade de concentração, ideação e pensamento suicida. Destacam-se também, alterações no humor, irritabilidade, ansiedade, sentimento de inutilidade e preocupações obsessivas, geralmente associadas aos cuidados com o bebê (Moll et al, 2019;Santos et al, 2020;Stewart & Vigod, 2019).…”

“…Tais barreiras podem gerar fragilidades na atenção dispensada às puérperas em sofrimento psíquico. Deste modo, faz-se necessário que haja uma reorganização da APS, no intuito de que estes serviços contemplem uma assistência integral e de qualidade (Araújo et al, 2020;Santos et al, 2020;Gonçalves et al, 2020).…”