A Agroecologia é uma ciência ainda em construção e as práticas de conservação do solo são igualmente pouco conhecidas por grande parte dos agricultores familiares. Considerando-se que cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive, compreende-se a importância de conhecer as formas e visões que os agricultores tem do solo, através de sua percepção de convívio e uso deste recurso natural. Além disso, para o agricultor adotar na sua rotina as orientações dos princípios da Agroecologia no manejo sustentável do solo, é fundamental que este expresse seus saberes, para que, somados ao conhecimento científico, possam estabelecer o uso sustentável dos recursos edáficos, visando ao equilíbrio ambiental e a segurança alimentar. O objetivo da pesquisa foi conhecer a percepção dos agricultores familiares de duas comunidades rurais, Caluête e Bravo do município de Boa Vista – PB, sobre o solo e a Agroecologia, através de um questionário semi estruturado com 20 questões que abordaram o uso, as práticas de degradação e de conservação do solo, para 40 agricultores das duas comunidades. Os resultados indicam que os agricultores das duas comunidades conhecem o que é degradação e erosão do solo, as atividades impactantes da qualidade do solo, mas que não conseguem expressar uma visão do que seja Agroecologia, pois suas práticas não coadunam com os postulados dessa ciência, o que expressa a necessidade da intervenção extensionista e do poder público para aprimorar os diálogos sobre a transição agroecológica na região e fortalecer a preservação dos recursos naturais.