Partidos e trabalhadores na transição democrática: a luta pela hegemonia na esquerda brasileira

Abstract

A chegada do Partido dos Trabalhadores (PT), fruto direto das lutas operárias, ao poder na eleição presidencial de 2002, em aliança tanto com forças de esquerda quanto com setores conservadores, abriu no interior da esquerda brasileira um debate acerca de sua identidade 1 . A própria trajetória eleitoral já indicava modificações no projeto daquele que, nas duas décadas anteriores, havia sido o elemento condutor das mais variadas demandas progressistas no seio da sociedade brasileira.O debate sobre as contradições e avanços ocorridos com partidos de corte socialista em sua chegada ao poder se estende por toda a já longa tradição de esquerda internacional. Porém nossa ideia neste artigo é, mais do que entrar em uma análise das ações do PT enquanto partido no governo, tomarmos como foco de análise o exato momento em que esse partido surge na política de esquerda brasileira. Espaço de esperança para um projeto diferenciado de militância de esquerda no Brasil, a construção desse partido abriu, à época, uma profunda discussão acerca não só do presente e futuro dessa militância, mas, acima de tudo, do que teria sido a sua própria trajetória no passado.Ao surgir no campo das esquerdas, obviamente, o PT precisou disputar o espaço para o seu desenvolvimento. A faixa na qual o PT procurou

Crisis of Praxis: Depoliticization and Leftist Fragmentation in Brazil

“…To do so, I work with a framework of a left split in two, which does not prevent the addition of nuances of when one of these lefts behaves too much like the other or the right. The point is to highlight that the challenges of fragmentation faced by the Brazilian left in general are related to a fundamental divide between a dying left -one that has given into compromise and the status quo -and a new left whose own configuration and Almeida, 2007;Antunes, 2006Antunes, , 2013Branford & Rocha, 2001;Publications, 2010;Saad-Filho, 2013;Saad-Filho & Boito, 2015;Safatle, 2012;Santana, 2012;Singer, 2010;Sluyter-Beltrão, 2010). Therefore, the accounts of these organizations here are intended to support their placement of the moderate left, whereas more detailed information about their histories and span of influence can be found in the literature in general.…”