Particularidades da anestesia em felinos

Abstract

As complicações anestésicas parecem relativamente raras, em contraponto trabalhos recentes sugerem que há maior prevalência em gatos do que em cães. As particularidades anestésicas observadas em felinos podem estar diretamente relacionadas às maiores taxas de complicações observadas nestes animais. Aspectos importantes nesta espécie, tais como, ansiedade e estresse perianestésicos são exemplos peculiares, outras causas que podem ser elencadas como coadjuvante na ocorrência de complicações anestésicas é o monitoramento perianestésico, o papel desempenhado por doenças subjacentes assim como o uso correto de equipamentos de anestesia e da anestesia total injetável que por vezes são negligenciados pelos anestesistas. Diante disso, o trabalho objetivou revisar e discutir as principais particularidades anestésicas em felinos, possibilitando ao veterinário compreender os aspectos mais importantes da anestesia destes pacientes, evitando complicações perioperatórias associadas a doenças pré-existentes, agentes anestésicos, controle das vias aéreas, manejo e monitoramento. Esses dados podem ajudar os veterinários a cuidar do paciente sob anestesia e direcionar maior atenção à avaliação e tratamento do paciente antes, durante e após o procedimento.

Feline intestinal adenocarcinoma: anesthetic protocol

“…portadores de CMH, a indução anestésica é preferível por via IV, devido a agitação e liberação de catecolaminas que ocorre nos casos de indução por via inalatória (REZENDE et. al., 2021).…”

“…O isoflurano é um anestésico halogenado usado na anestesia de pequenos animais para manutenção anestésica. Nos pacientes portadores de CMH, apesar do uso comum de isoflurano, assim como usado no caso relatado, é preferível o uso de sevoflurano, pois acredita-se que o mesmo cause uma menor resistência vascular sistêmica em relação ao isoflurano (REZENDE et al, 2021). Em gatos, o isoflurano promove depressão respiratória dose-dependente, caracterizada pela diminuição do volume minuto, sem perder constância de FR, além de promover redução na resistência vascular periférica e hipotensão também dose-dependente (CASTRO, 2010).…”

“…Devido ao seu tempo de latência ser rápido e o tempo de ação curto, é recomendado que seja usado no período transoperatório em infusão contínua para uma boa analgesia (SOUZA, 2021). A infusão de opioide associada a anestesia inalatória em gatos é benéfica, possibilitando a redução do agente inalatório com efeitos mínimos no sistema cardiovascular (REZENDE et. al., 2021).…”

“…A idade do paciente e o risco de complicações não estão diretamente associados, porém, pacientes de maior idade tendem a ser mais suscetíveis ao efeito depressor dos anestésicos, a hipotermia por deficiência do mecanismo termorregulatório e a recuperação anestésica prolongada devido a menor atividade metabólica (REZENDE et. al., 2021).…”

“…disfunção diastólica(NÓBREGA, 2011), sendo a ecocardiografia o exame padrão ouro para o diagnóstico da mesma(SILVEIRA et al, 2015). A anestesia em felinos portadores de CMH é focada em manter a frequência cardíaca relativamente baixa, evitando fármacos que possam aumentar a contratilidade cardíaca(REZENDE et. al., 2021), sendo assim no caso relatado foi…”