W illcox1, Carlos Brisola M arcondes2 e José Rodrigues C oura1.Como parte de um estudo pré-terapêutico da infecção chagásica crônica, a parasitemia de 206pacientes (85 homens e 121 mulheres, com idades de 7 a 80 anos, média de 37,4 ± 14,6) do município de Virgem da Lapa, Minas Gerais, foi avaliada pelo índice de ninfas de triatomíneos infectadas nos xenodiagnósticos aplicados. Cada paciente foi submetido a três exames no período de 12 meses. Em cada exame foram aplicadas 40 ninfas de 3.? ou 4.° estádios de Triatoma infestans. A parasitemia de cada paciente foi classificada arbitrariamente, de acordo com o percentual de ninfas positivas no total de examinadas nos três xenos, em: não detectada -todas as ninfas negativas; baixa -quando o valor era maior que zero ou até igual a 2,0%; média -quando maior que 2,0% ou até igual a 7,0%; e alta-quando era maior que 7,0%. Com esses critérios a parasitemia não foi detectada em 105 (51,0%) pacientes, foi baixa em 55 (26,7%), média em 27 (13,1%) e alta em 19 (9,2%). Não houve diferença nos níveis da para sitemia em relação ao sexo dos pacientes, mas em relação aos grupos etários foi maior a freqüência da parasitemia baixa no grupo de 60 ou mais anos. A parasitemia alta foi mais freqüente no grupo de pacientes com cardiopatia crônica chagásica. A "parasi temia persistente" (todos os xenopositivos) foi observada em todos os pacientes com parasitemia alta, em 22,2% dos que apresentaram parasitemia média e em nenhum com parasitemia baixa.Palavras-chaves: D oença de Chagas. Xenodiagnóstico. Parasitemia. Triatoma infestans.A pesquisa do Trypanosoma cruzi na corrente sangüínea de pacientes chagásicos crônicos tem sido realizada, especialmente, através de métodos indiretos como xenodiagnóstico, hemocultura e inoculação em animais sensíveis. Esses métodos, embora apresentem baixo rendimento 1 12 18 26 27; têm se mostrado mais eficientes do que o exame direto do sangue23 24.A medida da parasitemia em pacientes chagá sicos crônicos não dispõe de um método com alta sensibilidade. Tem-se utilizado o xenodiagnóstico^, provavelmente pela sua melhor aplicabilidade em grandes populações e menor exigência tecnológica. Foi introduzido como método de investigação parasitológica da infecção chagásica por Brumpt7 em 1914, e ao longo dos anos tem sido empregado em trabalhos de campo, envolvendo dezenas de pacientes de uma só vez^ 13 19 20)em estudos da sensibilidade das diferen tes espécies de triatomíneos à infecção pelo T. cruzfi 4 5 6 21 22 30; no controle de cura® 11 25 e na indicação da parasitemia em humanos10 17 28 ou em animais de experimentação29.