Introdução: A vulnerabilidade social se associa a um cenário complexo e controverso, atravessado por injustiças e desigualdades evitáveis de gênero, raça/cor e socioeconômicas; tal qual por múltiplos condicionantes culturais e psicossociais atrelados a iniquidades; contextura que repercute negativamente na situação de saúde de mulheres no período gravídico-puerperal. A maternagem de mulheres negras em uso prejudicial de álcool e outras drogas e/ou em situação de rua, comumente, é invisibilizada por um sistema perverso, estigmatizante, excludente; imbricado por interseccionalidades que perpassam a vida cotidiana. Objetivo: Analisar as perspectivas da maternagem de mulheres negras, em uso prejudicial de álcool e outras drogas e/ou em situação de rua, em Maternidade Estadual de alta complexidade, situada em Teresina, Piauí. Metodologia: Estudo qualitativo, descritivo, exploratório, que aplicou entrevistas semiestruturadas com três puérperas hospitalizadas. A análise de dados firmou-se nos pressupostos da análise de conteúdo temática de Bardin. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Piauí, Parecer nº 6.163.013 de 5 de julho de 2023. Resultados e Discussão: Foram compostas quatro categorias analíticas: maternidade integral; redes de apoio e dinâmica familiar; saúde e uso de drogas; desafios multifacetados. Nessa esteira de adversidades e contradições, a maternagem de mulheres negras não pode ser homogeneizada ou generalizada, posto que é atravessada por variáveis plurais, vulnerabilidades psicossociais, interseccionalidades e estigmas. Considerações finais: Ante a subalternização da maternagem de mulheres negras em uso de álcool e outras drogas e/ou em situação de rua, a promoção do cuidado em saúde mental, equânime, universal, integral, requer políticas públicas efetivas, antirracistas, sensíveis às assimetrias e à voz das demandantes.