Panorama Do Câncer Em Crianças E Adolescentes Sob a Perspectiva Da Saúde Coletiva

Abstract


 
 A assistência à saúde da criança e do adolescente necessita contemplar as particularidades e características intrínsecas a essa fase da vida. Os cânceres que acometem crianças e adolescentes têm fatores de riscos e características que diferem daqueles que acometem a população adulta. No Brasil, pouco se conhece a respeito da magnitude das neoplasias no universo infanto-juvenil, bem como as características da população acometida. Objetivou-se estudar o panorama do câncer em crianças e adolescentes sob a perspectiva da Saúde Coletiva e, neste âmbito, apontar ferramentas de monitoramento; conhecer as dificuldades e percepções dos profissionais de saúde que atuam na atenção básica, em relação à suspeita e ao diagnóstico de câncer em crianças; e analisar os padrões de distribuição espacial das incidências e sobrevivências de crianças diagnosticadas com neoplasias. Para atender aos objetivos foram utilizados métodos qualitativos e quantitativos com dados obtidos em Registros de Câncer de Base Populacional e também em Grupos Focais realizados com trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Os resultados foram apresentados em capítulos correspondentes a três artigos. No primeiro artigo, “Câncer Infantil: Monitoramento da Informação Através dos Registros de Câncer de Base Populacional RCBP”, realizou-se uma pesquisa bibliográfica da incidência de tumores raros em menores de 20 anos, em três países. Nesta busca, identificou--se que a primeira publicação específica sobre câncer em crianças e adolescentes no Brasil foi divulgada em 2008. As publicações do Brasil, Alemanha e Estados Unidos apresentam as informações com critérios heterogêneos, tanto em relação ao modo como a incidência é apresentada, quanto em relação à faixa etária adotada. No segundo trabalho, “Suspeita e Diagnóstico de Câncer em Crianças e Adolescentes na Atenção Primária à Saúde”, foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ao sentimento dos profissionais; à suspeita e diagnóstico na rede de cuidados primários e à relação dos profissionais e a família. Em todas as categorias de profissionais, as percepções foram negativas com demonstração de insegurança em relação ao tema na atenção básica. No terceiro estudo, “Câncer em Crianças e Adolescentes: Incidência e Sobrevivência no Município de Campinas (SP), Brasil”, os resultados apontaram taxa de incidência global para os grupos de leucemias (Grupo I); linfomas (Grupo II); tumores do sistema nervoso central (Grupo III) e sarcomas de partes moles (Grupo IX) de 54,2 por milhão, com uma incidência padronizada de 59,1 por milhão (Grupo I–28,8; Grupo II-11,6; Grupo III-7,5 e Grupo IX-4,3). Diferenças nos padrões espaciais não foram encontradas. Diferenças significativas em tempos de sobrevivência foram verificadas por grupos de diagnóstico ajustados para idade e sexo (p = 0,001). Os achados deste estudo demonstraram diferentes possibilidades de abordagem do câncer infantil utilizando o saber científico da Epidemiologia. Conclui-se que os resultados apontaram para a necessidade de uma sistematização das informações de tumores raros na infância e na adolescência, assim como uma inclusão do tema câncer infantil aos profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde. A utilização de metodologias epidemiológicas, como análise da incidência, uso da estatística espacial e análises de sobrevivência, contribuem para a construção do panorama do câncer infantil na Saúde Coletiva.
 Palavras-chave: Saúde Coletiva. Epidemiologia. Neoplasias. Saúde da Criança. Saúde do Adolescente.

Adolescentes com neoplasia: desenho como expressão de emoções

“…A series of side effects are caused by the treatment, and the adolescent has to face, in addition to the physical changes due to the treatments, those that are normal in the developmental phase through which they are going through. [9][10] The physical suffering resulting from the illness in the hospitalized adolescent is increased by the suffering caused by the hospitalization process, which promotes the removal of their normal activities, as well as from those people whom they love and with whom they live. 10 It is understood that adolescents undergoing cancer treatment are not accustomed to the procedures, especially those that are invasive and cause more suffering.…”

“…An annual incidence of around 200,000 cases is estimated worldwide, with leukemia being the most common type in this population. 9 It is revealed that, in Brazil, malignant neoplasm is one of the main causes of deaths in adolescents, being overcome only by external causes. It is known that, among cancer deaths, malignant neoplasms of lymphatic and hematopoietic tissue are the most frequent, representing about 50% of cancer deaths in the age group of ten to 14 years and 40% of the group of 15 to 19 years.…”

“…It is known that, among cancer deaths, malignant neoplasms of lymphatic and hematopoietic tissue are the most frequent, representing about 50% of cancer deaths in the age group of ten to 14 years and 40% of the group of 15 to 19 years. 9 It is clear that Acute Lymphoid Leukemia (ALL) is a malignant neoplasm, more frequent in children under fifteen, with a higher incidence between two and five years, corresponding to 25% of all cancers in white children in this age group. It is characterized by the accumulation of immature lymphoid cells in the bone marrow, and is more frequent in industrialized countries and urban areas, being more common in males.…”

“…The chance of cure in ALL has increased in recent years, due to improved diagnosis, identification of prognostic factors and use of treatments adapted to the risk group of each patient. [9][10][11][12] It is reported that ALL treatment is prolonged, ranging from two to three years, although therapeutic regimens may change between different centers, and modern protocols invariably consist of five phases: induction of remission, intensificationconsolidation, re-induction, prevention of leukemia in the central nervous system and continuation or maintenance of remission. Hosts have aggressive effects on treatments, especially chemotherapy and radiotherapy, for leaving the body vulnerable and weakened, increasing the risk for nutritional impairment and impairing the therapeutic response.…”

“…Hosts have aggressive effects on treatments, especially chemotherapy and radiotherapy, for leaving the body vulnerable and weakened, increasing the risk for nutritional impairment and impairing the therapeutic response. [9][10][11][12] The idea is the global care, in which the treatment strategy is to serve the family as a whole and not only the sick child, offering psychological and socioeconomic support so that the treatment can be performed, with decreasing percentages of abandonment , and part of this set of advances that has allowed ALL to be an increasingly curable disease. 13 -4 English/Portuguese J Nurs UFPE online., Recife, 13( 4 Osteosarcoma (OS) is conceived as a malignant bone tumor that affects children and adolescents in the first two decades of life and has an anatomical predilection for the metaphyses of long bones.…”