Rev. APS. 2018; out./dez.; 21 (4) Artigoderevisão Rev. APS. 2018; out./dez.; 21 (4): 721 -736 PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Atenção Primária à Saúde. Estratégia de Saúde da Família. ABSTRACT As primary care became the main entrance to the public health system in Brazil, 1 Doutor em Biopatologia Bucal pela UNESP. Rev. APS. 2018; out./dez.; 21 (4): 721 -736 there is a need to create indicators that can evaluate its efficiency, aiming to assist administrators in the development of public health policies. In this sence, the rates of hospital admission for ambulatory care sensitive conditions have been widely used in the literature for this purpose. Thus, the objective of this study was to perform a literature review in the period from 2008 to 2015 regarding this indicator, focusing, mainly, its limitations of the evaluation of efficiency of primary health care in Brazil. Articles were researched in SciELO database in the mentioned period of times. The authors surveyed were unanimous regarding the validity about the of hospital admission rates for ambulatory care sensitive conditions as a way to evaluate the access and quality of primary care in Brazil. However, limitations were pointed out regarding such usage, since factors not necessarily related to primary care were capable of interfering in the indexes found. With such knowledge, it was concluded that administrators must be careful when interpretating such indicator. A partir da conferência de Alma-Ata em 1978, a atenção primária (AP) tornou-se o elemento central dos sistemas de saúde de diversos países, incluindo o Brasil. De fato, no Brasil, a AP representa a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), articulando ações clínicas de prevenção, cura e reabilitação, pautadas no princípio da universalidade, integralidade e equidade. 1,2 No intuito de fortalecer a AP no Brasil, o Ministério da Saúde lançou, em 21 de outubro de 2011, a Portaria nº. 2.488, que dispõe sobre a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB). A PNAB reforça a necessidade de a AP ser desenvolvida com o mais alto grau de capilaridade e descentralização, se aproximando, cada vez mais, da realidade em que as pessoas estão inseridas, visto que deve ser a porta de entrada no SUS e atuar como ordenadora do cuidado, tendo o foco na singularidade da assistência ao usuário, na acessibilidade, no vínculo, na continuidade do cuidado, na integralidade da atenção, na responsabilização, na humanização, na equidade e na participação social. 3 De acordo com Almeida e Macinko (2006), 4 apesar de a AP ter sido inicialmente planejada, a partir de uma perspectiva restrita, como forma de reduzir os gastos hospitalares, hoje ela assume um papel mais amplo de desviar o foco da assistência médica e valorizar a integralidade e a longitudinalidade do cuidado em saúde como principal estratégia, em detrimento do enfoque baseado na atividade hospitalar e do enfoque curativo, fragmentado, ineficiente e pouco resolutivo. Para Deininger et al. (2015), 3 a AP tem a missão de ser resolutiva para as