Ovinocultura do Rio Grande do Sul: descrição do sistema produtivo e dos principais aspectos sanitários e reprodutivos

Abstract

RESUMO.-A ovinocultura sempre foi uma atividade de grande importância econômica e de tradição para o Estado do Rio Grande do Sul (RS), mesmo com as crises da lã ocorridas nas décadas de 80 e 90, o rebanho ovino Gaúcho continua sendo o maior a nível nacional. Com a escassez de dados sobre essa atividade, o presente estudo possui como objetivo caracterizar a ovinocultura do RS. Para isso, foi utilizada uma amostragem planejada, caracterizada pela aleatoriedade e estratificação da amostra pelas sete Mesorregiões do Estado. Foram analisadas 705 propriedades rurais através de um questionário epidemiológico, aplicado por 25 veterinários do Departamento de Defesa Animal, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado do Rio Grande do Sul. Conforme os resultados obtidos, a ovinocultura gaúcha é explorada extensivamente e baseada na produção conjunta de carne e lã, cuja principal finalidade é a subsistência. Assim, demonstrando que essa atividade ainda mantém padrões de sua origem, com pouca tecnificação, tanto em aspectos sanitários quanto reprodutivos, revelando, portanto, que a ovinocultura gaúcha ainda é vista como uma produção secundária pelos produtores rurais gaúchos, o que pode ser explicado pelos baixos investimentos neste setor.TERMOS DE INDEXAÇÃO: Ovinocultura, estudo descritivo epidemiológico, questionário epidemiológico.

Qualidade Do Leite De Vacas Em Diferentes Estações Do Ano

“…No Estado do Rio Grande do Sul os produtores de ovinos possuem tamanho de áreas variando entre 0,3 a 6.000 ha (SILVA et al, 2013). Nas propriedades analisadas os produtores que dispõem de áreas de 11 a 50 ha são os mais frequentes (38%), A grande maioria dos ovinocultores não vendem animais para a criação (86%), são poucos os que realizam esta atividade (14%).…”

“…Já as cordeiras com 17% da totalidade e com menor representatividade os carneiros aparecem com apenas 3% do número total de cabeças. Semelhante ao restante do estado,Silva et al (2013) relatam que rebanhos ovinos apresentam fêmeas acima de 6 meses de idade (59%), fêmeas com menos de 6 meses (16%), machos castrados de todas as idades (22%) e machos inteiros de todas as idades representam 3%. níveis de mecanização dos produtores rurais foram classificados como inexistente, não possuem máquinas agrícolas, insuficiente quando possuem maquinários para realização parcial das atividades, suficiente quando possuem máquinas agrícolas para realizar todas as atividades sem a necessidade de terceirização e muito bom é considerado os produtores que contém todos os tipos de máquinas agrícolas com tecnologias avançadas e desempenham todas as atividades Em relação à necessidade de assistência técnica, a figura 3A mostra que 43% dos criadores não possuem nenhum tipo de assistência técnica, 40% dos produtores só recorrem ao auxílio quando precisam de ajuda no controle sanitário, e apenas 17% possuem atendimento técnico fixo durante o ano para avaliação dos rebanhos.…”

“…os criadores que adotam outras técnicas como inseminação artificial e detecção ou sincronização de cio representam uma frequência minoritária (6% das propriedades)(SILVA et al, 2013).A figura 4E mostra os diferentes critérios utilizados pelos ovinocultores para o primeiro acasalamento das borregas, sendo eles classificados em idade, peso, primeiro cio e segundo cio das fêmeas.O índice de parições das fêmeas nas propriedades representa a qualidade e a eficiência do encarneiramento realizado pelos ovinocultores, a figura 4F apresenta a classificação de prenhez das fêmeas. SegundoRibeiro et al (2003), a condição corporal das ovelhas na época de encarneiramento é fundamental para melhorar o número de fêmeas prenhas no rebanho, mas também deve-se ter cuidados para que o escore corporal não ultrapasse 4,0, pois a partir desse ponto as ovelhas estão demasiadamente gordas e diminuem a frequência de prenhez.…”

Multiple anthelmintic resistance in Southern Brazil sheep flocks

“…More than 3.9 million of these animals belonged to breeders in the state of Rio Grande do Sul (IBGE, 2012), a region where the activity is of great importance for the economy and provides subsistence for families from rural areas (SILVA et al, 2013). The economic expansion of sheep farming has also become a worldwide reality (VERÍSSIMO et al, 2012).…”

Influência da dureza da carne de cordeiros Santa Inês na avaliação de consumidores

“…Esta importação é praticada inclusive por frigoríficos do estado de São Paulo, que apesar de terem contrato com produtores do estado ainda tem a necessidade de comprar animais de outros estados e países para atender a demanda, em torno de 450 animais abatidos por semana (RODRIGUES et al, 2013). A dificuldade em atender à demanda do mercado interno brasileiro decorre do fato da ovinocultura ainda figurar como atividade secundária em propriedades rurais dentre os estados importantes quanto à produção, como os estados Rio Grande Sul (SILVA et al, 2013) O bom porte dos animais tem estimulado sua comercialização e também tem influenciado criadores para obtenção de animais cada vez mais pesados e mais exigentes nutricionalmente (MORAIS, 2006). A raça é encontrada em todas as regiões do país (MCMANUS et al, 2014;SOUSA et al, 2003), devido a características zootécnicas importantes tais como sua alta adaptabilidade em ambientes extremos, resistência à parasitas, fertilidade (não estacional) e alta prolificidade (SOUSA; MOARAIS; LOBO, 2003).…”