As cidades podem ser entendidas como organismos vivos e, por consequência, passíveis de mudanças, alterações e transformações constantes. A forma das cidades, a sua morfologia, é o palco principal dessas alterações. Elas crescem, expandem, mudam, alteram-se ruas, bairros, regiões, por motivos que são diversos, podendo variar de necessidades imediatas para o crescimento a vontades políticas. Logo, o desenho urbano é resultado de sucessivas sobreposições de interesses e necessidades. Ouro Preto é exemplo dessas alterações, apresentando bônus e ônus das mesmas. Dentre as consequências negativas recentes, cita-se o desmoronamento do Morro da Forca, que causou o soterramento do Solar Baeta Neves, ícone da arquitetura neocolonial, marco da história da cidade. O presente trabalho discute as transformações morfológicas, com foco na região do Morro da Forca e do Solar Baeta Neves, e suas consequências; contextualiza o Solar e as características geológicas da região; analisa o fator climático; propõe uma análise de soluções pertinentes para a consolidação do maciço e salvaguarda da edificação, evidenciando que existiam soluções e possibilidades que pudessem evitar o soterramento e constatam a morosidade nas ações para possíveis resoluções dos problemas.