“…Ao lado disso, de um prisma mais feminino talvez, tratava-se de uma dor e uma memória derivadas de condições de assujeitamento, invalidação, esquecimento e impedimento nos acessos ao saber instituído -como mostra a imagem "medo dos mastodontes/que têm livre acesso às bibliotecas" -, como foi a condição histórica de pessoas pobres, trabalhadoras ou desempregadas, escravizadas, mulheres, indígenas, negras, imigrantes, etc., conforme as diversas situações sócio-espaço-temporais: "sem ar/ homem e trapos/ irremediavelmente./ esquecidos" 8 . Para estes, como "subalternos", "refugos do mundo" ou "párias" (Varikas, 2010), a violência ou grandiloquência dos "mastodontes" detentores de conhecimento e poder se contrapõe à dor aguda de um inevitável desejo de justiça, como um punhal cravado.…”