O crescimento acelerado dos cursos de Relações Internacionais (RI) no Brasil revelacontrastes e desafios. Esse processo de expansão pode ser periodizado em cinco momentos:protoperíodo, expansionismo privado, transição privado-pública, expansionismo público eperíodo de reconcentração geográfica. O penúltimo deles foi caracterizado pelo fomento públicode novos cursos de RI a partir do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansãodas Universidades Federais (Reuni) em 2007. Nesse período, cria-se vários cursos de RI emuniversidades federais. Contudo, a aprovação da Emenda Constitucional n. 95 em 2016, queestabeleceu o contingenciamento de gastos públicos, parece marcar o fim desse período.Este artigo investiga a dispersão e a concentração espacial decorrente desse crescimento,demonstrando, por meio da análise espacial e quantitativa, a herança deixada pelo Reunipara a universalização do ensino de RI. Para tanto, utilizou-se dados secundários sobre os cursos de RI disponibilizados no Portal do Ministério da Educação e Cultura (E-MEC).A análise revela que a expansão de cursos de RI caracteriza-se pela concentração espacial, emque a lógica da universalização do ensino é suplantada pela exclusão espacial, originando umperíodo de reconcentração geográfica. Essa herança indica a estagnação do número de cursos.