Abstract:Neste artigo busca-se compreender de que forma o ambiente de transformações do início do século XX influenciou e foi influenciado pela produção cartográfica, no caso específico dos mapas que estavam sendo produzidos representando a cidade de São Paulo e seu entorno. A hipótese deste trabalho é que a forma como a cartografia refletia as mudanças começou a participar da dinâmica da cidade e que os ingredientes dessa dinâmica (as ideias de crescimento e expansão, por exemplo) passaram a ser orientados pelos… Show more
“…Nesse recorte da Planta Geral de 1897 localizamos o bairro da Liberdade ao sul do Triângulo Histórico, assim como a rua Barão de Iguape em relação ao traçado do rio Tamanduateí. A opção pelas duas plantas aqui apresentadas faz parte da abordagem mais geral de nossa pesquisa de doutorado em curso, em que tanto a Planta Geral da Capital de São Paulo (1897) quanto a Planta da Cidade de São Paulo (1924), mostrando todos os arrabaldes e terrenos arruados, são entendidas como ferramentas na construção da imagem de espraiamento da cidade a partir das opções políticas realizadas nas relações entre poder público e agentes dos negócios urbanos, como discutido por Kuvasney (2016) e Simoni (2009). Não nos propomos, portanto, a fazer aqui um estudo focado nessas fontes, mas é importante destacar a Em 1904, Manuel Francisco Duarte, proprietário do imóvel localizado na rua Barão de Iguape nº 88, foi intimado pela Prefeitura Municipal de São Paulo para construir um passeio em frente de sua propriedade.…”
RESUMO Este artigo explora a relação entre o poder público e a população de São Paulo na implementação dos equipamentos viários no período entre 1886 e 1905, analisando seu impacto sobre o fazer urbano da cidade. A partir do estudo de caso de intimações para que moradores da rua Barão de Iguape, localizada no bairro central da Liberdade, construíssem os passeios em frente a suas edificações no ano de 1904, discutimos como eram entendidas as responsabilidades sobre a organização urbana naquele momento histórico. Para isso, abordaremos os conflitos e negociações, expressos na documentação das Obras particulares do acervo do Arquivo Histórico de São Paulo. A opção de trabalhar com um elemento de infraestrutura em geral negligenciado, tido como menor em comparação aos outros melhoramentos em implementação - característica que também se expressa na documentação - base da reflexão -, visa justamente apreender a relação entre esses atores no nível do cotidiano. Somos confrontados com um tipo de relação entre esses agentes bastante recorrente na cidade desde o período colonial: um compartilhamento da ação do poder público e dos moradores para a feitura da cidade. O calçamento das ruas da cidade e a construção de seus passeios é um dos exemplos de como essa relação se materializava na paisagem urbana, complexificando as dimensões das disputas políticas envolvidas na urbanização paulistana no fim do século XIX.
“…Nesse recorte da Planta Geral de 1897 localizamos o bairro da Liberdade ao sul do Triângulo Histórico, assim como a rua Barão de Iguape em relação ao traçado do rio Tamanduateí. A opção pelas duas plantas aqui apresentadas faz parte da abordagem mais geral de nossa pesquisa de doutorado em curso, em que tanto a Planta Geral da Capital de São Paulo (1897) quanto a Planta da Cidade de São Paulo (1924), mostrando todos os arrabaldes e terrenos arruados, são entendidas como ferramentas na construção da imagem de espraiamento da cidade a partir das opções políticas realizadas nas relações entre poder público e agentes dos negócios urbanos, como discutido por Kuvasney (2016) e Simoni (2009). Não nos propomos, portanto, a fazer aqui um estudo focado nessas fontes, mas é importante destacar a Em 1904, Manuel Francisco Duarte, proprietário do imóvel localizado na rua Barão de Iguape nº 88, foi intimado pela Prefeitura Municipal de São Paulo para construir um passeio em frente de sua propriedade.…”
RESUMO Este artigo explora a relação entre o poder público e a população de São Paulo na implementação dos equipamentos viários no período entre 1886 e 1905, analisando seu impacto sobre o fazer urbano da cidade. A partir do estudo de caso de intimações para que moradores da rua Barão de Iguape, localizada no bairro central da Liberdade, construíssem os passeios em frente a suas edificações no ano de 1904, discutimos como eram entendidas as responsabilidades sobre a organização urbana naquele momento histórico. Para isso, abordaremos os conflitos e negociações, expressos na documentação das Obras particulares do acervo do Arquivo Histórico de São Paulo. A opção de trabalhar com um elemento de infraestrutura em geral negligenciado, tido como menor em comparação aos outros melhoramentos em implementação - característica que também se expressa na documentação - base da reflexão -, visa justamente apreender a relação entre esses atores no nível do cotidiano. Somos confrontados com um tipo de relação entre esses agentes bastante recorrente na cidade desde o período colonial: um compartilhamento da ação do poder público e dos moradores para a feitura da cidade. O calçamento das ruas da cidade e a construção de seus passeios é um dos exemplos de como essa relação se materializava na paisagem urbana, complexificando as dimensões das disputas políticas envolvidas na urbanização paulistana no fim do século XIX.
RESUMO Entre a passagem do século XIX para o XX a cidade de São Paulo passou por uma série de transformações materiais e nas formas de seus habitantes se relacionarem com o espaço urbano: a instalação de novos equipamentos urbanos; a intensificação da chegada de imigrantes; mudanças no sistema burocrático e administrativo municipal; a introdução de novos gostos e hábitos de consumo; a construção de inúmeras fábricas e de edificações comuns, dentre outros fatores, permitiram a expansão da cidade para além do seu núcleo inicial, conhecido como Triângulo ou Colina Histórica. Os setores médios participaram desse rol de transformações, notadamente na construção de edificações voltadas principalmente para moradia, aproveitando-se das oportunidades que o mercado rentista oferecia. Muitos desses edifícios foram projetados para cumprir uma função mista, congregando moradia e comércio, tipologia usual na porção leste da cidade, em especial no Brás. O bairro, conhecido por seu parque fabril, apresentou uma série de espaços comerciais que se dedicaram ao ramo de vestuário e estética pessoal, com lojas de roupas, alfaiates e profissionais ligados ao âmbito da joalheria. Neste artigo procuramos entender o papel dos proprietários desses espaços na configuração material do Brás e dos bairros próximos. Para tanto, recorre-se aos Sistemas de Informações Geográficas, espacializando diferentes fontes documentais.
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