This essay aims to study the experiences of urbanization in the district of Barra Funda during the period comprised between 1890 and 1920, by analyzing the crossing between the files in the justice court of Sao Paulo with private work storaged in the History Archive of Sao Paulo. At the time in history referred to in this research, São Paulo was going through a conflicting process of social and spatial restructuring, coming especially from three large changes to the São Paulo urban setting: the abolishment and consolidation of a free labor market; proclamation of the Republic; and the sudden economic expansion experienced by the São Paulo capital city. During such process, the growth of occupancy in some regions previously considered as out of the urban perimeter took place, as well as their integration to the city. The case of the district of Barra Funda, inserted into such context, is an example for being a mixed occupancy space: in addition to being occupied by different social classes, it served both as residential zone and as area for distribution of goods and industrial area. From the elements brought by the crime records, we shall discuss the urbanization experiences lived by district dwellers, how they understood and took part of the urban occupancy process of such territory. The study is focused in how the habitants of the neighberhood lived the urbanistic process, and how this experience is related to the goverment actions and the private capital, wich also interfered in that space. Out of such urbanization experiences, we shall be able to reflect on how, beyond the public policies, the city inhabitants actually related with the advancement of urbanization through the city.
ResumoO engenheiro Theodoro Sampaio (1855Sampaio ( -1937
RESUMO Este artigo explora a relação entre o poder público e a população de São Paulo na implementação dos equipamentos viários no período entre 1886 e 1905, analisando seu impacto sobre o fazer urbano da cidade. A partir do estudo de caso de intimações para que moradores da rua Barão de Iguape, localizada no bairro central da Liberdade, construíssem os passeios em frente a suas edificações no ano de 1904, discutimos como eram entendidas as responsabilidades sobre a organização urbana naquele momento histórico. Para isso, abordaremos os conflitos e negociações, expressos na documentação das Obras particulares do acervo do Arquivo Histórico de São Paulo. A opção de trabalhar com um elemento de infraestrutura em geral negligenciado, tido como menor em comparação aos outros melhoramentos em implementação - característica que também se expressa na documentação - base da reflexão -, visa justamente apreender a relação entre esses atores no nível do cotidiano. Somos confrontados com um tipo de relação entre esses agentes bastante recorrente na cidade desde o período colonial: um compartilhamento da ação do poder público e dos moradores para a feitura da cidade. O calçamento das ruas da cidade e a construção de seus passeios é um dos exemplos de como essa relação se materializava na paisagem urbana, complexificando as dimensões das disputas políticas envolvidas na urbanização paulistana no fim do século XIX.
Os estudos sobre a urbanização das cidades brasileiras no século XIX e início do século XX foram uma tendência que auxiliou no fortalecimento do campo da história das cidades, em geral se apoiando na análise de legislações e planos urbanísticos que regulavam a estrutura e infraestrutura física urbana. Nos últimos anos vivemos um movimento de pluralização dessas fontes, expandindo as investigações para outros tipos de documentos urbanísticos, como requerimentos, relatórios, registro de imóveis, levantamentos topográficos, mapas e fotografias técnicas. Manteve-se, no entanto, uma centralidade em fontes que poderíamos definir como de origem urbanística, ou seja, que já foram produzidas diretamente para tratar das questões do urbano. Nesta comunicação propomos o cruzamento de fontes urbanísticas com fontes de natureza distinta como metodologia para o estudo da urbanização das cidades brasileiras no período, particularmente a urbanização de bairros centrais de São Paulo. Tal estudo de caso servirá para avaliar as potencialidades e as problemáticas do cruzamento de fontes proposto, particularmente a série Obras Particulares, do Arquivo Histórico de São Paulo com os Autos Crime do Arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo. O enfoque dessa proposta metodológica se alinha com investigações que tratam do papel da população e da iniciativa privada como agentes importantes na urbanização das cidades brasileiras, deslocando um foco excessivo no estudo de grandes obras públicas, que dominaram muitos dos estudos iniciais sobre essa temática e que têm uma relação clara com a preponderância do uso da legislação como fonte exclusiva. Essa perspectiva de análise traz implicações teóricas, que serão discutidas a partir do diálogo com Walter Benjamin e Beatriz Sarlo sobre o papel do cotidiano na formação das cidades, que perseguimos a partir do conceito de experiência da urbanização.
RESUMO O presente artigo aborda as dinâmicas de reprodução de capital nos investimentos no mercado de aluguéis de moradias coletivas na Santa Ifigênia, bairro central de São Paulo, durante a epidemia de febre amarela que atingiu algumas regiões do Brasil nas décadas finais do século XIX. Nos centramos principalmente na atuação de Carlo Gilardi, investidor urbano do mercado de aluguéis, imigrante proveniente da região de Piemonte, Itália, para explorar as relações entre a colonialidade, as epidemias e as estratégias de controle urbano da população urbana despossuída. Os discursos sobre as aglomerações urbanas são analisados a partir do cruzamento de fontes primárias, especialmente o relatório de inspeção dos cortiços elaborado por uma comissão designada pelo poder público em 1893, pedidos da Série Obras Particulares e registros de transações fundiárias.
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