Os EUA, a exportação e a expansão do ensino de Management no Brasil nas décadas de 1950 e 1960

Abstract

Resumo Estudos a respeito da história do ensino de Administração têm ganhado destaque no campo, recentemente, em nosso país. Neste artigo, discutimos como instituições dos EUA atuaram na exportação e expansão do ensino de Management no Brasil durante os anos de 1950 e 1960. Argumentamos que a representação diplomática dos EUA, a Universidade do Michigan e a Fundação Ford formaram uma rede que possibilitou a exportação e expansão do ensino do Management no País. Este artigo contribui por aprofundar a discussão sobre a exportação e expansão do ensino do Management para o Brasil, e por contextualizar essa ação dentro das relações Brasil-EUA da época. Além disso, mostramos detalhadamente o papel das instituições norte-americanas nesse processo e colocamos ainda a expansão do ensino do Management no Sul e no Nordeste do Brasil como resultado de apoio e pressões por parte dos EUA.

A Formação em Administração e o Dualismo Conceitual teoria-prática no Brasil

“…Os currículos dos cursos de Administração, adotados no Brasil dos anos 50 e usados inercialmente até hoje, têm sido importados de outras nações (sobretudo aqueles oriundos de escolas americanas) e reproduzidos em todo o país (NICOLINI, 2003;ALCADIPANI;BERTERO, 2018). Logo, o método de ensino proposto na área de Administração hoje é estruturado a partir do ideário da gerência científica (CARRIERI; PERDIGÃO; AGUIAR, 2015), afastando-se gradualmente do mundo dos negócios e da gerência prática de atividades regulares no universo da prática profissional idiossincrática brasileira (AH-UJA; PURANKAR, 2018).…”

Análise Da Produção Do Conhecimento Científico Em Administração Com Base Em Elementos Epistemológicos

“…A disseminação desta abordagem na administração pode ser explicada pela capacidade que a partir da hermenêutica se obtém na compreensão das organizações e a multidisciplinaridade e interdisciplinaridade que envolvem seus estudos (SANTOS, 2009). Os principais elementos sob os quais foram aplicadas técnicas interpretativistas podem ser citados aqueles que se dispuseram à análise de entrevistas (LEITE; SEHNEM, 2018), por elementos documentais (ALCADIPANI; BERTERO, 2018;NEVES et al, 2018), já outros analisaras estes dois elementos de forma conjunta, como foram os casos de Castro, Kubo e Farina É relevante salientar a capilaridade demonstrada pela corrente hermenêutica no grupo de estudos analisados neste trabalho, sendo uma indicativo de que seus pressupostos possibilitam uma compreensão satisfatória dos fenômenos analisados na área administrativa. Todavia, como destaca Schmidt (2012), uma linguagem pode ter mais de uma interpretação e o papel do interlocutor é decisivo para a compreensão da mensagem em sua totalidade.…”