ResumoObjetivou-se com este artigo analisar a produção científica sobre a política habitacional brasileira, a partir de 1964 até 2014, de forma a compreender como essa questão tem sido estudada pela Administração e por outras áreas das Ciências Sociais Aplicadas. Para tanto, realizou-se um metaestudo, que foi sistematizado em três momentos: (i) a escolha da literatura a ser analisada; (ii) o levantamento das informações; (iii) a análise, a interpretação e a apresentação dos resultados. A técnica de análise de conteúdo, subdivida nas etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, deu suporte à construção da proposta. Alguns resultados interessantes foram: predomínio dos pesquisadores gaúchos e paulistas, pertencentes, principalmente, à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de São Paulo; o emprego de pesquisas de cunho avaliativo que envolviam programas habitacionais de abrangência nacional, como o Programa Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Arrendamento Residencial, executados a nível local. No entanto, algumas lacunas foram identificadas: o direcionamento de estudos à provisão habitacional, isto é, à construção de casas, com pouca produção envolvendo outras perspectivas da política de habitação, como a reforma e a regularização de assentamentos precários; o predomínio das pesquisas em âmbito urbano indicando a carência de estudos direcionados à habitação rural.
Palavras
A despeito do crescente interesse de pesquisadores sobre formulação e implementação de políticas públicas, muitas questões precisam ser analisadas e melhor compreendidas. Neste estudo buscou-se identificar e analisar a participação dos burocratas de nível de rua na implementação do Programa Lares Habitação Popular, executado em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida, em municípios com até 50 mil habitantes, buscando compreender se, e como, os burocratas influenciaram a implementação da política habitacional em Minas Gerais. O estudo foi fundamentado a partir dos temas de implementação (policy cycle) e o poder discricionário que envolve a atuação dos street-level bureaucrats. As informações que possibilitaram a elaboração deste trabalho foram coletadas junto a agentes municipais, de vinte cidades mineiras, e estaduais, da companhia de habitação estadual, por meio de entrevistas com roteiros semiestruturados. Os resultados demonstraram que os burocratas de nível de rua, por limitações institucionais e pessoais, não exercem efetivamente o poder discricionário que os permeiam.
Este estudo teve o objetivo de investigar elementos epistemológicos presentes em artigos empíricos realizados no campo da administração. Em relação aos procedimentos metodológicos, escolheu-se os artigos empíricos das quatro edições regulares do volume 16 do ano de 2018. Os artigos foram analisados de acordo com sete epistemologias, sendo elas o positivismo, funcionalismo, hermenêutica, fenomenologia, estruturalismo, construtivismo e dialética. Em relação aos resultados, percebeu-se uma predominância de artigos com elementos ligados ao positivismo, funcionalismo e hermenêutica. Pôde-se concluir que essa predominância é um reflexo da produção de artigos científicos empíricos, inclusive no campo da administração, onde as ciências naturais ainda dominam a produção do conhecimento.
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