Em uma convergência entre Estudos Sociais das Ciências e Tecnologias e Antropologia da Saúde, sigo as controvérsias públicas que envolvem os procedimentos científicos e regulatórios com a Cannabis no Brasil, entre os anos de 2014-2019. Os diversos usos da Cannabis e seus derivados estão envoltos em controvérsias alimentadas por pesquisadores, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, associações, pacientes e por ativistas. A análise antropológica apresentada foi construída a partir de um trabalho de campo que privilegiou documentos, artigos científicos e conteúdos disponíveis em mídias digitais, traçando a participação desses atores no desenvolvimento científico e tecnológico no País. A escolha do recorte temporal diz respeito às próprias mudanças regulatórias significativas com substâncias derivadas da Cannabis a partir de 2014, tomando-as diante de seus lugares ambíguos como “drogas” e “medicamentos”. Evidencio a importância de cada ator na manutenção dessas controvérsias que estão em constante movimento, instabilidade e mutação.