Sabe-se que a presença de transtornos mentais durante o período gestacional é capaz de impactar o feto, programando-o ao desenvolvimento futuro de uma série de distúrbios neurocomportamentais. O campo da ciência conhecido como Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença, responsável por estudos acerca da programação fetal, ainda é bem recente. Dessa forma, os mecanismos envolvidos nas alterações intrauterinas permanecem em discussão. Objetiva-se apontar evidências a respeito da programação fetal e discutir a potencialidade das alternativas não farmacológicas no alívio de sintomas psiquiátricos e emocionais em gestantes. É uma revisão integrativa da literatura publicada em português e inglês, preferencialmente entre 2010 e 2020, a partir das bases de dados PubMed e SciELO, bem como em sites de instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. Foram discutidos estudos sobre o impacto que o sofrimento materno exerce no eixo HPA fetal, bem como nos processos epigenéticos. Analisou-se o cenário da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Brasil, propondo a sua utilização especialmente às gestantes. Os principais mecanismos da programação fetal atuam por diferentes vias e muitas vezes em conjunto. Em relação às estratégias, notou-se que elas parecem ser realmente eficazes ao público gestante, apresentando em uma delas efeitos positivos, inclusive, aos bebês. O cenário no Brasil, contudo, foi considerado pobre de estudos, apesar da disponibilidade de serviços gratuitos na Atenção Básica à Saúde.