Onde Arte, Antropologia e Política podem se encontrar: Pessoalização e Metafísicas da Interioridade em Discursos sobre o Sofrimento

Abstract

Este ensaio explora a possiblidade de coletivização de vivências individuais de sofrimento -elaboradas pela produção antropológica e de artes visuais -a partir de processos de pessoalização. Por esse termo, compreendo a construção discursiva que produz uma identificação com os interlocutores, cuja eficácia reside no compartilhamento de um reconhecimento genérico como humanidade. Para isso, as produções de artistas e antropólogos operam metafísicas da interioridade; ou seja, utilizam-se mecanismos estilísticos capazes de acionar emocionalmente os interlocutores do texto ou obra. Subjaz a essa proposta a compreensão de que antropologia e arte podem produzir agenciamentos políticos de forma análoga, fazendo com que partilhem algumas mesmas questões sócio-políticas.Palavras-chave: antropologia da arte, política, sofrimento, coletivização This essay explores the possibility of collectivizing individual experiences of suffering -built by the production of anthropological and visual artists works -based on personalization processes. By that term, I understand the discursive elaboration that produces an identification with the interlocutors whose effectiveness lies in sharing a generic recognition as humanity. For this, the productions of artists and anthropologists operate metaphysics of interiority; that is, using stylistic mechanisms capable of emotionally triggering the interlocutors of the text or work. It is understood that anthropology and art can produce political agencies in a similar way, sharing a number of like socio-political issues.