Ocorrência de Hepatozoon sp. em caninos naturalmente infectados no município de Piraí, Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Hepatozoon canis tem sido descrito em cães de várias regiões do Brasil sendo mais relatado em áreas rurais. O objetivo deste trabalho foi determinar a ocorrência de infecção por Hepatozoon spp. através da reação em cadeia da polimerase (PCR), em cães de região periurbana da cidade de Piraí, RJ. Em setembro/2006, foram coletadas amostras de sangue de 88 cães da cidade, situada no vale do rio Paraíba do Sul. A PCR foi utilizada para a detecção de Hepatozoon spp. (gene 18SRNAr) através de um par de iniciadores gênero-específicos. Duas amostras apresentaram resultado PCR-positivo (2,2%), havendo concordância com a avaliação morfológica em esfregaços sanguíneos. A amostra de Piraí demonstrou alta similaridade (99%) com Hepatozoon canis. Os cães de Piraí apresentaram baixa frequência de infecção por H. canis, quando comparados a pesquisas anteriores na mesma região.

Aspectos hematológicos de cães infectados por Hepatozoon em Goiânia, Goiás

“…Foi verificada uma baixa prevalência de 0,14% de positividade nos animais avaliados para H. canis o que condiz com baixas incidências em áreas urbanas descritas por Pereira et al (2011). Este resultado apesar de apresentar uma taxa de prevalência baixa foi ainda inferior ao encontrado anteriormente em Goiânia, onde, verificou-se uma frequência de ocorrência de 1% do total de cães avaliados por exame parasitológico direto, ou 3 casos positivos em 300 animais avaliados (Costa, 2011).…”

“…Em outras regiões do Brasil a ocorrência deste hemoparasita foi variável, sendo encontrada 58,7% no Espírito Santo (Pereira et al, 2011); 7,66% na região urbana de Uberlândia, Minas Gerais (O'Dwyer et al, 2006); 5,9% em áreas urbanas do estado São Paulo e 11,4% em áreas rurais do mesmo Estado (Pereira et al, 2011); 19,4%; 1% na região urbana de Goiânia (Costa, 2011) e 8,1% na região rural de Paraíba (Oliveira et al, 2021).…”

“…Em nosso país, a hepatozoonose canina foi descrita pela primeira vez no Rio de Janeiro e subsequentemente diagnosticada em outros estados, incluindo Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Brasília, Mato Grosso do Sul, Pará (Demoner et al, 2013), Paraná (Schneider et al, 2018); Mato Grosso (Spolidorio et al, 2011), Cuiaba (Conceição, 2017 e Paraíba (Oliveira et al, 2021). No Brasil é constatada maior prevalência da infecção causada pelo H. canis em cães de áreas rurais (31,58%), do que em cães de áreas urbanas (4,48%) (Pereira et al, 2011).…”

“…No Rio de Janeiro, foi realizada uma pesquisa com cães de áreas rurais de diferentes localidades, utilizando a técnica de esfregaço sanguíneo, comprovando que a prevalência das infecções por H. canis foi alta em algumas regiões, variando de 9,1% a 59,4% (Demoner et al, 2013). Já em estudo realizado na área urbana do município de Piraí, também no Rio de Janeiro, no qual se avaliou oitenta e oito cães, dos quais apenas doze apresentavam visível infestação por carrapatos, apenas dois cães foram positivos para Hepatozoon canis na PCR, havendo concordância com a avaliação morfológica em esfregaços sanguíneos, demonstrando assim uma prevalência de 2,27% (Pereira et al, 2011).…”

Hepatozoonose Canina: Relato de Caso

“…Outros trabalhos demonstram também a maior ocorrência da doença nessas áreas (O'DWYER et al, 2001;RUBINI et al, 2008), uma vez que cães de localidades rurais têm contato direto com animais silvestres, que são considerados reservatórios da doença. Devido à grande variedade de espécies de carrapatos presentes nesse ambiente, a transmissão do agente é facilitada (PEREIRA et al, 2011).…”