Ocorrência De Atrazina Em Águas No Brasil E Remoção No Tratamento Da Água: Revisão Bibliográfica

Abstract

A atrazina é um dos agrotóxicos mais utilizados no Brasil e possui grande tendência a contaminar águas superficiais e subterrâneas. Logo, o objetivo do estudo foi realizar uma revisão bibliográfica para verificar a ocorrência da atrazina em águas superficiais, subterrâneas e tratadas no Brasil e sua remoção durante o tratamento de água para consumo humano. Para tanto, buscaram-se na literatura trabalhos científicos publicados entre os anos de 2000 e 2017 que trataram sobre a presença do composto nas matrizes supracitadas. Para a análise da remoção da atrazina em água buscaram-se trabalhos que empregaram processos como tratamento convencional, ozonização, fotólise, adsorção, nanofiltração, entre outros. Utilizaram-se como plataformas de pesquisa o Periódicos Capes, Google Acadêmico e Science Direct. Analisaram-se 36 trabalhos referentes a presença do composto em águas no Brasil e 43 sobre sua remoção da água. Observou-se nos trabalhos revisados, frequências de detecção da atrazina da ordem de 8% para águas superficiais e 12% para subterrâneas, além de sua ocorrência em valores superiores ao VMP em ambas as matrizes. Em águas tratadas a presença, bem como concentração da atrazina foi reportada em dois estudos, porém em concentrações inferiores à máxima permitida. O tratamento de ciclo completo é ineficaz para a remoção da atrazina. Sendo assim, é necessária a associação de outros processos ao tratamento convencional, dentre os quais citam-se: a adsorção em carvão ativado, ozonização, nanofiltração, osmose inversa e processos oxidativos avançados. Porém, é importante se atentar á conversão dos contaminantes a subprodutos que, assim como seus precursores, podem apresentar toxicidade.

Remoção de herbicida atrazina por meio de filtros de carvão ativado granular associados com microrganismos no tratamento de água para abastecimento

“…Em um levantamento recente realizado sobre a presença desse herbicida em águas doces no Brasil, foram verificadas concentrações de atrazina variando de 0,0027 a 10,4 μg.L -1 em águas superficiais e de 0,001 a 42,77 μg.L -1 em águas subterrâneas (DIAS et al, 2018).…”

Desenvolvimento de uma interface interativa utilizando o ambiente GUIDE do MATLAB para obtenção do modelo "L" de transformadores monofásicos

“…A via aérea também é uma importante forma de contaminação por agrotóxicos (SANTANA et al, 2013) e existem diversas morbidades que estão associadas ao uso destes compostos (LOPES & ALBUQUERQUE, 2018). A atrazina (AT) é um dos herbicidas mais utilizados no mundo, compondo no Brasil segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA), parte da lista dos 10 princípios ativos mais vendidos no período de 2009 a 2016, sendo o quarto mais vendido em 2016(DIAS et al, 2018). Figura 1), devido à baixa solubilidade em água (WHO, 2017).…”

Qualidade da água em sistemas de produção de hortaliças folhosas

“…Alguns agrotóxicos são proibidos ou possuem uso restrito em alguns países, os mesmos ingredientes ativos são de uso livre em outros países (MORAES, 2019). De acordo com European Comission (2020) a atrazina e fipronil são proibidos para uso na União Européia e a soma de todos os agrotóxicos encontrados em águas destinadas ao consumo humano deve ser de 0,5 μg/L, enquanto concentrações individuais de agrotóxicos devem ser inferiores a 0,1 μg/L (EUROPEAN UNION, 1998;DIAS et al, 2018). No Brasil não é estipulado um limite para a quantidade total de agrotóxicos presentes na água como ocorre na União Europeia.…”

“…De acordo com Dias et al (2018) a atrazina apresenta alto risco para contaminação de águas subterrâneas, visto que é fracamente adsorvida pelo solo, facilitando sua lixiviação. Em águas superficiais tem alto potencial de contaminação por transporte dissolvido em água e média contaminação por transporte associado ao sedimento.…”