A preocupação com os materiais utilizados para a fabricação de concretos e argamassas vem crescendo gradativamente, em função de fatores como a grande emissão de CO2 que a produção do clínquer transmite para a atmosfera. Por conta disso, vem se estudando alternativas para a substituição de uma parcela do clínquer nos cimentos. A adição pozolânica é estudada a fim de produzir matrizes cimentícias com melhores propriedades mecânicas e maior durabilidade. O Brasil é o maior produtor mundial de cana de açúcar, em que em sua produção resulta-se o bagaço de cana-de-açúcar o qual é reutilizado na própria indústria como combustível para a queima, contudo esse processo gera uma cinza, a qual é descartada pela indústria sucoalcoleira por não ter outro destino. Essa cinza é rica em sílica, podendo ou não se apresentar na forma amorfa, ou seja, potencialmente reativa como material pozolânico. Com o objetivo de avaliar a utilização da cinza amorfa em matrízes cimentícias, foram realizadas as substituições parciais do CP-V ARI nos teores de 5%, 10%, 20% e 30% em três relações a/agl: 0,4, 0,5 e 0,6 com idade de cura até 63 dias. Foi utilizada somente a fração argamassa do concreto, sem agregados graúdos. Foram realizados ensaios de caracterização química da cinza após moagem, como pozolanicidade pelo método de Luxan, índice de atividade pozolânica e posteriormente avaliado a propriedade mecânica de resistência à compressão. Os resultados encotrados mostram que a cinza de bagaço de cana-de-açúcar apresenta resistência à compressão maior que a referência em todas as relações a/agl aos 63 dias, devido a reação pozolânica e ainda, o teor ideal de adição encontrado foi de 20% de substituição da cinza sem causar perda de resistência mecânica da argamassa. Palavras-chave: durabilidade, cinza de bagaço de cana-de-açucar, pozolana.