Obesidade abdominal e fatores associados em adultos atendidos em uma clínica escola

Abstract

Abdominal obesity and associated factors among adults attending a university health center Obesidad abdominal y factores asociados en adultos asistidos en una clínica escuela RESUMO Objetivo: Determinar a prevalência de obesidade abdominal e identificar associação entre fatores socioeco nômicos e estilo de vida em adultos atendidos numa clínica escola em São Luís, Brasil. Métodos: Estudo retrospectivo e transversal, realizado entre março e abril de 2015, com 1.022 prontuários de adultos de ambos os sexos, atendidos numa clínica escola, nos últimos cinco anos. Foram coletadas informações sobre dados socioeconômicos (sexo, idade, estado civil, renda familiar e escolaridade), antropométricos (peso atual, altura, IMC e CC) e estilo de vida (tabagismo, ingestão de álcool e atividade física). A variável dependente foi a obesidade abdominal, definida pela razão cintura/estatura (RCest). Realizou-se análise multivariada pelo método regressão logística. Resultados: A prevalência de obesidade abdominal foi de 79,8%, de acordo com a RCest e, segundo IMC, o excesso de peso correspondeu a 77,1%. Verificou-se que as idades de 30 a 59 anos foram fator de risco para obesidade abdominal para ambos os sexos e, quando estratificada, para o sexo feminino. Porém, com relação ao sexo masculino, somente a faixa etária de 50 a 59 anos foi fator de risco (OR=5,76; IC=1,13-29,35; p=0,035). Viver com companheiro (OR=1,53; IC=1,07-2,18; p=0,017) e consumir álcool (OR=1,62; IC=1,09-2,40; p=0,015) apresentaram risco para ambos os sexos, sendo este também fator de risco para o sexo masculino (OR=2,46; IC=1,02-5,95; p=0,045). Conclusão: Observou-se alta prevalência de obesidade abdominal, que se mostrou associada à faixa etária de 30 a 59 para mulheres e 50 a 59 anos para homens, à convivência com o companheiro e ao consumo de álcool para ambos os sexos.

Obesidade abdominal em adultos: Prevalência e fatores associados

“…A obesidade abdominal foi mais prevalente no sexo feminino. Essa heterogeneidade na distribuição entre os sexos corrobora com outros estudos realizados no Brasil (Oliveira, West, Araújo, Brito & Sobrinho, 2015;Sabóia et al, 2016). Essa maior prevalência nos indivíduos do sexo feminino pode ser remetida à maior concentração de gordura corporal, devido às oscilações hormonais ocorridas no organismo da mulher no decorrer da vida (Barroso et al, 2017).…”

“…Indivíduos casados demonstraram significância positiva com a obesidade abdominal, podendo ser justificado pela associação com a idade mais desenvolvida do indivíduo neste estado civil, correspondendo ao transcurso do envelhecimento que promove modificações na taxa metabólica basal e no ritmo do metabolismo, fatores que propiciam o acúmulo de gordura corporal (Sabóia et al, 2016).…”

“…Possuir mais de oito anos de estudo impactou na elevada taxa de obesidade abdominal, assim como um estudo realizado em São Luís (Sabóia et al 2016), que apresentou uma maior porcentagem de obesidade abdominal nos indivíduos com escolaridade a partir do ensino médio incompleto. Isso porque o nível de escolaridade influencia no poder aquisitivo, o que por sua vez facilita o acesso aos industrializados e de rápido preparo.…”

“…Dentre os comportamentos e hábitos saudáveis a prática de atividade física propicia benefícios além do controle da obesidade, e constitui um importante fator da prevenção de DCV . Ações para a estimulação destas praticas por parte da APS incluem as academias da saúde, recintos voltados para a replicação de promoção a saúde, espaços propícios para a captação de indivíduos com DCNT (WHO, 2020) O (n) amostral demonstrou associação estatística com a variável da não ingestão de bebida alcoólica, divergindo da literatura, que aponta o tabagismo e a ingestão de álcool como coeficientes conexão com a obesidade abdominal, também responsável pela maioria dos óbitos por doenças e agravos não transmissíveis (Sabóia et al 2016).…”

Perfil sociodemográfico, comportamental e nutricional de adultos atendidos em uma Clínica-escola de Nutrição em Salvador, Bahia

“…A média de idade observada foi de 37,73 anos, sendo mais frequente indivíduos na faixa etária de 20 a 29 anos (34,2%), seguida por 50 a 59 anos (24,5%). A idade é um dos fatores de risco para as DCNT, principalmente em virtude das alterações fisiológicas e funcionais relacionadas ao envelhecimento, como alterações hormonais e redução na taxa metabólica basal, que contribuem para o acúmulo de gordura corporal GARCIA, 2012;RODRIGUES;CRUZ;GAMA, 2009;SABÓIA et al, 2016). Alguns estudos têm apontado que as prevalências de sobrepeso, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e cardiopatias tendem a aumentar com o aumento da idade, principalmente em mulheres (BARBOSA et al, 2009;GARCIA, 2012;RODRIGUES;CRUZ;GAMA, 2009;SILVA et al, 2014).…”