“…O mesmo autor faz uma crítica aos modelos clássicos, neoclássicos e ao comportamento do homo economicus, que dão às atividades econômicas características mecanicistas, excluindo a intencionalidade do comportamento humano, assim como a participação do ambiente no processo econômico.A obra de Georgescu Roegen (1971) trata do consumo inter-temporal de materiais terrestres e recursos energéticos, pela humanidade, através da atividade econômica, ao invés de se preocupar somente com a alocação de recursos, focada em uma geração,como ocorria dentro da Ciência Econômica (CECHIN; VEIGA, 2010). Ou seja, as atividades de uma geração têm impacto na vida econômica das gerações seguintes, quer sejam impactos positivos, quer sejam impactos negativos.No que diz respeito aos impactos negativos, observa-se o acúmulo das externalidades negativas sobre a natureza, características das atividades antropocêntricas, como o esgotamento de recursos naturais, desmatamento das florestas, das queimadas, da extinção de animais e a amontoação de resíduos e rejeitos(SILVA et al, 2019), que além da poluição do ar, dos resíduos hídricos, da crise climática (BRASIL, 2020), podem afetar negativamente a qualidade de vida futura dos seres humanos, dos ecossistemas e da própria biota, que nas pesquisas deAcselrad (2004, p. 14), "causam severos conflitos ambientais".Georgescu Roegen (1971) aderiu aos ensinamentos de Schumpeter (ROCHA; AREND, 2019) ao formalizar que as inovações, em específico o progresso tecnológico, são capazes de gerar mudanças estruturais no sistema econômico e no ambiente natural. Neste sentido, explicam eles que, portanto, caberia ao avanço dos arranjos tecnológicos a função de adaptar determinados processos produtivos à extenuação dos recursos naturais.Estes arranjos tecnológicos visariam a maximização da utilização destes e um menor desperdício dos insumos para a possibilidade de sustentação do crescimento econômico, no longo prazo (ABDALLA; SAMPAIO, 2018).…”