O estudo de Teive et al.1 publicado recentemente neste periódico é de excelente nível e mostra bons resultados obtidos no tratamento da distonia laríngea com toxina botulínica através da técnica de injeção percutânea da droga com auxílio de registro eletromiográfico. Porém, cabe assinalar a título de informação que o mesmo procedimento pode ser executado através de outra técnica que consiste na injeção transcutânea da droga visando a atingir o complexo muscular paraglótico (feixe interno e externo do músculo tireoaritenóide) sem registro eletromiográfico, mas com monitoração por videolaringoscopia por fibra óptica. Esta técnica, proposta por Green et al.2 , consiste na abordagem do músculo tireoaritenóideo através da cartilagem tireóide é denominada point-touch tecnique e foi utilizada em relato pioneiro em nosso meio por Tsuji et al.3 com excelente resultado, confirmado na experiência subsequente destes autores. O estudo em questão, agora revisado por mim e colegas, descreve os excelentes resultados do uso de toxina botulínica, sem a utilização de eletromiografia, em uma paciente de 65 anos de idade com disfonia espástica do tipo de adução.Acreditamos que os dois métodos, com monitorização eletromiográfica e com videolaringoscopia por fibra óptica são importantes, com resultados terapêuticos muito semelhantes e a escolha deve ser baseada na experiência pessoal de cada grupo, bem como na infra-estrutura particular de cada serviço.A não menção do artigo de Tsuji et al. em nosso trabalho se deve basicamente ao fato da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia não estar indexada no Index Medicus, somente no latino americano (LILACS).Agradeço os comentários construtivos do Professor Egberto R. Barbosa e peço desculpas pela omissão involuntária do artigo em questão.