Este artigo trata da análise quanto à cor no patrimônio edificado e seus aportes com as intervenções de restauro, ressaltando uma arqueologia da cor quando necessária, mas uma abordagem estética e antropológica da cor imprescindível para as decisões projetuais. O referencial teórico é pautado no restauro crítico de Cesare Brandi e na interpretação cultural contemporânea, o que pressupõe análises e intervenções para além dos aspectos materiais de incompatibilidade físico-química, sendo necessário discutir o papel das cores dos edifícios restaurados, do ponto de vista teórico, estético e fenomenológico. Assim, o problema que o presente artigo traz, diz respeito a uma espécie de esquecimento do fato de que os revestimentos e suas cores têm como objetivo na arquitetura, para além de sua proteção, a comunicação por meio de soluções estéticas que garantam a leitura das linguagens arquitetônicas. O contexto conceitualmetodológico se dará a luz da teoria do restauro crítico e seus desdobramentos, apresentando, por meio de uma pesquisa qualitativa, três estudos de caso, referentes a obras de restauração arquitetônica no Brasil. O objetivo será discutir as medidas adotadas em sua dimensão simbólico-material. O resultado será demonstrar a dimensão prática da restauração no Brasil e suas relações com a imagem da cidade.