O serviço de teleconsultoria assíncrona na APS: avaliação de uso e fatores associados do Programa Telessaúde Espírito Santo entre 2012 e 2015

Abstract

Introdução: As poucas avaliações de implementação de programas de telessaúde no Brasil mostram uma pequena utilização de seus serviços, devendo-se conhecer as razões disto. Objetivou-se analisar as taxas de utilização do serviço de teleconsultoria do Programa Telessaúde Espírito Santo no período de 2012 a 2015, verificando a influência de estratégias de fomento à sua utilização. Métodos: Estudo descritivo com base em dados secundários de perfil dos profissionais cadastrados e produção de teleconsultorias e webconferências. Resultados: No período analisado, foram 3076 profissionais cadastrados, sendo que 381 (12,4%) realizaram 2182 consultorias (41,4% solicitadas por enfermeiros), configurando uma utilização do serviço inferior ao seu potencial. Os dados sugerem que a utilização do serviço de teleconsultoria está associada à participação em seminários regionais (aumento de 15,5% no número de profissionais atuantes; p=0,037); que a gestão de cadastros dos profissionais tem impacto limitado; que há correlação positiva forte (r=0,73; p=0,016) entre uso de teleconsultoria e de teleducação; e que a monitoria de campo pode influenciar positivamente. Conclusão: O uso dos serviços de Telessaúde é pequeno, sendo que o foco de suas ações deva ser seu usuário final com vias a sua sustentabilidade.

Telemedicina Como Estratégia De Combate a Covid-19 Na Região Norte Do Brasil.

“…Outro artigo aponta a realidade da implantação e utilização do programa telessaúde no Espírito Santo, baseado na análise feita por Sarti e colaboradores é possível observar que vários caminhos ainda precisam ser percorridos para a efetiva implantação desta tecnologia no estado, como investimento em infraestrutura e capacitação dos profissionais. 32 O estudo de Schmitz e colaboradores apresenta os prós do uso da telemedicina em todo território brasileiro, os autores trouxeram os exemplos de utilização em outros países como os Estados Unidos e países da Europa. 33 Apontaram os contextos de regularização da telemedicina no país, que apesar de ser uma alternativa para evitar a sobrecarga dos serviços de saúde, ainda sofre com aparatos legais para a sua completa realização.…”

Uso de tecnologias de telessaúde por médicos do Programa Mais Médicos e fatores associados — Espírito Santo, 2016

“…21 Outros estudos já mostraram taxa baixa e irregular de utilização das ferramentas, independentemente da categoria profissional e do contexto, levantando questões sobre o impacto e a sustentabilidade do Programa Telessaúde no território nacional, apesar das evidências de que sua implantação se associa a melhores resultados em saúde. [22][23][24][25] Dessa forma, este trabalho sugere que maiores esforços devem ser direcionados para a sensibilização e adaptação das tecnologias às necessidades dos profissionais, de forma que estes conheçam as ferramentas e reconheçam a importância do programa.…”

“…Esta constatação corrobora alguns resultados de análises de implementação do Programa Telessaúde feitas nos estados de Pernambuco, 22 Minas Gerais 23,24 e no próprio estado do Espírito Santo. 25 Olivieira et al, 22 analisando o cenário pernambucano, sugeriram que os componentes estruturais e processuais para a operacionalização das ações de telessaúde são relevantes, mas não suficientes para o alcance dos desfechos almejados, particularmente em termos de teleducação e telediagnóstico. Eles apontam como possíveis causas a falta de treinamento, a qualidade inadequada de internet e fatores sociais locais relacionados aos potenciais usuários do programa.…”

“…Por sua vez, Sarti et al 25 sugeriram que, no contexto capixaba, maior proximidade da equipe executiva do Programa Telessaúde com os profissionais e gestores municipais, por meio de seminários e contatos próximos e permanentes de sensibilização e orientação, poderia ter efeito positivo na taxa de utilização de teleconsultoria e teleducação. Isso ocorre, talvez, por aumentar o conhecimento desses atores sobre as ferramentas e sua percepção da utilidade e relevância delas, embora os autores não tenham feito análises específicas sobre os aspectos de estrutura e processo nesse trabalho.…”

“…Por outro lado, a integração do programa como um dos eixos de educação permanente no âmbito do PMMB mostrou-se incompleta e irregular no contexto do Espírito Santo, não diferindo do conjunto da APS no SUS. [22][23][24][25][26] É possível que o caráter não obrigatório da utilização dessas ferramentas tenha alguma influência, embora a solução, a nosso ver, não passe pelo caráter mandatório de incorporação das tecnologias. Além disso, os médicos do PMMB participam de outras três ações de educação permanente -estas sim obrigatórias -, 6,13 o que pode reduzir a necessidade sentida pelos profissionais de participarem do Telessaúde.…”