O saber profissional do feirante

Abstract

Ao longo da história, as feiras desenvolveram-se e aprimoraram-se, passando a ocupar um papel relevante na construção das cidades. Não obstante, feiras e seus atores sociais, os feirantes, são objetos de estudo negligenciados no campo dos estudos organizacionais. Sendo assim, o objetivo principal deste artigo é entender a maneira como os feirantes aprendem suas profissões. Já, os objetivos específicos são: verificar o significado ou importância que os feirantes atribuem a esta profissão; identificar às maneiras como os feirantes relacionam-se com os fregueses; analisar as formas de divulgação e vendas de produtos. Considera-se relevante estudo, uma vez que possibilita conhecer de “perto” a realidade dos feirantes, respectivas peculiaridades desta profissão e maneiras de socialização, a partir das lentes dos próprios feirantes. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, através de entrevistas semi estruturadas, com quinze feirantes, donos de barracas da feira livre de Campina Grande, Paraíba. Os resultados indicam que a atividade de ser feirante é predominantemente herdada e trata-se de uma maneira digna de sobrevivência. Além disso, os feirantes investigados investem em mercadorias de qualidade, maneira de exposição dos produtos e relacionamentos de amizade e confiança, como estratégias para divulgar e vender os produtos.

Mercados e feiras brasileiras: uma revisão sistemática da literatura

“…A presença das feiras no território brasileiro ocorre desde o período da colonização, configurando-se ainda como importantes formas espaciais presentes nas cidades (COSTA & SANTOS, 2016). Em distintas cidades do Brasil configura um espaço peculiar de comércio, que vai além de transações comerciais propriamente ditas, tornando-se uma atividade profissional estabelecida por relações de amizade e confiança entre vendedores e fregueses, o que se torna conveniente à socialização profissional (MORAIS & HANASHIRO, 2015).…”

“…Temas sobre esses espaços são "ricos" enquanto possibilidade de estudo, no entanto para diferentes vertentes, como o âmbito organizacional, o processo de socialização, as lacunas são persistentes (MORAIS & HANASHIRO, 2015).…”