2017
DOI: 10.5007/1984-8412.2017v14nespp2428
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O que estranha o olhar do analista de discurso? Um exercício de reconhecimento do fato discursivo

Abstract: O artigo discute a prática do analista de discurso que trabalha na perspectiva de Michel Pêcheux, especialmente a abordagem do objeto de estudo. Inicialmente, focalizamos a natureza teórica do olhar do analista, com ênfase em princípios que orientam e conferem especificidade ao fazer analítico. Em seguida, discutimos o que entendemos por fatos discursivos e como as noções de falta, excesso e estranhamento propostas por Ernst (2009) auxiliam o analista a reconhecê-los. Sugerimos que essas noções são úteis para … Show more

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“…Nosso ponto de partida, para este gesto analítico, deu-se a partir do sintagma "liberdade" (e verbetes correlatos como "livre" e "libertador".) De tal sintagma, escapam sentidos de transgressão, coragem, estilhaçamento do estabilizado na norma, enunciados desde posições ideológicas assumidas pelos sujeitos entrevistados, ecoando sentidos diversos que deixam vestígios sobre as formas como estes sujeitos produzem sentidos -o que pode ser reconhecido em sequências discursivas como as recortadas do corpus: Mobilizando os conceitos de falta, excesso e estranhamento (Braga, 2017;Ernst, 2009;Ernst-Pereira& Mutti, 2011), é possível se aproximar do sintagma "liberdade" desde o viés do excesso, tendo ele aparecido em 19 sequências discursivas. Esta "liberdade", que habita um devir-desejoso ("hei de ser livre quando..."), que habita a fronteira ("é libertador, porém..."), que marca etapas da vida ("senti-me livre no momento em que..."), irrompe no discurso dos sujeitos entrevistados dada a provável necessidade de fixação deste efeito de sentido como possível, ou ainda, necessário para "[...] garantir a estabilização de determinados efeitos de sentido em vista de iminência (e perigo) de outros a esses se sobreporem" (Ernst-Pereira & Mutti, 2011, p. 830).…”
Section: Análisesunclassified
“…Nosso ponto de partida, para este gesto analítico, deu-se a partir do sintagma "liberdade" (e verbetes correlatos como "livre" e "libertador".) De tal sintagma, escapam sentidos de transgressão, coragem, estilhaçamento do estabilizado na norma, enunciados desde posições ideológicas assumidas pelos sujeitos entrevistados, ecoando sentidos diversos que deixam vestígios sobre as formas como estes sujeitos produzem sentidos -o que pode ser reconhecido em sequências discursivas como as recortadas do corpus: Mobilizando os conceitos de falta, excesso e estranhamento (Braga, 2017;Ernst, 2009;Ernst-Pereira& Mutti, 2011), é possível se aproximar do sintagma "liberdade" desde o viés do excesso, tendo ele aparecido em 19 sequências discursivas. Esta "liberdade", que habita um devir-desejoso ("hei de ser livre quando..."), que habita a fronteira ("é libertador, porém..."), que marca etapas da vida ("senti-me livre no momento em que..."), irrompe no discurso dos sujeitos entrevistados dada a provável necessidade de fixação deste efeito de sentido como possível, ou ainda, necessário para "[...] garantir a estabilização de determinados efeitos de sentido em vista de iminência (e perigo) de outros a esses se sobreporem" (Ernst-Pereira & Mutti, 2011, p. 830).…”
Section: Análisesunclassified