A reflexão hodierna sobre o “mundo da vida” husserliano não pode eximir-se de considerar que hoje, o “mundo da vida” é mediatizado, é um ambiente midiático ou simplesmente um meio, um continente/dispositivo habitado pela neotecnologia digital que torna o tecido do mundo num tecido comunicativo como um todo. Especificamente, o artigo examina o corpo-ambiente virtual, um aspecto do mundo da vida ainda não plenamente realizado nas suas potencialidades, mas destinado a incidir cada vez mais sobre as práticas da vida. O corpo-ambiente virtual se caracteriza como um ente de tipo novo, imersivo e interativo, ontologicamente híbrido porque é ao mesmo tempo interno e externo, coisa e imagem. O artigo identifica em algumas formas de arte as possibilidades de habitar o corpo-ambiente virtual de modo não passivo.