Os relatos de campo são parte fundamental da pesquisa cartográfica e da formação do cartógrafo. Ao mesmo tempo em que representam uma dificuldade para aqueles que se iniciam nesta metodologia, ainda encontramos poucos artigos que tematizem especificamente sobre essa prática – especialmente no que concerne à invenção de estratégias para propiciar a sua escrita. Deste modo, o presente artigo tem como objetivo tematizar os processos de escrita de relatos de campo, procurando ajudar aprendizes do método da cartografia a cultivarem a escrita como um processo de produção de conhecimento e de invenção de si. Para tanto, nos baseamos em autores de diferentes campos de produção de conhecimento, como da psicologia, antropologia e literatura. Entre nossas referências, podemos destacar a importância dos trabalhos de Deleuze e Guattari (2006); Passos, Kastrup, Escóssia, (2012); Passos, Kastrup, Tedesco, (2014) e Blanchot (2011). Como conclusão, entendemos que escrever não é um processo controlado por um indivíduo, nem é uma mera expressão de um eu interior, mas um processo de produção de subjetividade, criando outros modos de ser e estar no mundo. Afinal, mais do que gerar conhecimento ou assimilação de conteúdos, escrever um texto é uma tarefa que produz subjetividade.
Palavras-chave: relatos de campo; escrita; método da cartografia; escrita cartográfica; políticas de escrita