2017
DOI: 10.5433/2176-6665.2017v22n2p394
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O peso do corpo negro feminino no mercado da saúde: mulheres, profissionais e feministas em suas perspectivas

Abstract: ResumoO sistema público de saúde brasileiro tem por princípio a igualdade de acesso. No entanto, não são poucas as desigualdades em sua prática. Partindo da premissa de que surgem da hierarquização das diferenças entre os sujeitos, este artigo se dispõe a refletir sobre a importância da interseccionalidade entre raça, classe e gênero quando a temática é a saúde sexual e reprodutiva das brasileiras. Com esse foco, destaca-se como essa articulação analítica pode descortinar processos cotidianos discriminatórios.… Show more

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“…No entanto, através de sua incorporação ao sistema público de saúde, 1 essa proposta tem sido estendida também a mulheres de camadas populares. Essa nova realidade tem colocado alguns desafios e gerado questionamentos ao formato que tem assumido a assistência "humanizada" nas instituições públicas, como sugerem os trabalhos de Carmen Susana Tornquist (2003), Sara Mendonça (2014), Rebeca de Cássia Daneluci (2016), Rosamaria Carneiro (2017), dentre outros. Tal cenário permite refletir de forma privilegiada sobre diferentes percepções acerca do parto e problematizar as dificuldades e empecilhos que podem acompanhar propostas de "humanização", sobretudo quando estas pretendem uma transposição ou replicação de formatos e modelos de um universo social a outro, sem levar em conta realidades institucionais e sociais diferenciadas.…”
Section: Apresentação Apresentação Apresentação Apresentação Apresent...unclassified
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“…No entanto, através de sua incorporação ao sistema público de saúde, 1 essa proposta tem sido estendida também a mulheres de camadas populares. Essa nova realidade tem colocado alguns desafios e gerado questionamentos ao formato que tem assumido a assistência "humanizada" nas instituições públicas, como sugerem os trabalhos de Carmen Susana Tornquist (2003), Sara Mendonça (2014), Rebeca de Cássia Daneluci (2016), Rosamaria Carneiro (2017), dentre outros. Tal cenário permite refletir de forma privilegiada sobre diferentes percepções acerca do parto e problematizar as dificuldades e empecilhos que podem acompanhar propostas de "humanização", sobretudo quando estas pretendem uma transposição ou replicação de formatos e modelos de um universo social a outro, sem levar em conta realidades institucionais e sociais diferenciadas.…”
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“…Não que a possibilidade de se ter um parto "humanizado" ali seja inexistente, mas esta exige um grau de comprometimento com a proposta de desmedicalização que nem sempre foi observado entre as mulheres de camadas populares estudadas. 13 Como bem destacou Carneiro (2017), que realizou etnografia em uma casa de parto pública na região periférica do Distrito Federal, Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 28(1): e57704 DOI: 10.1590/1806-9584-2020v28n157704 o parto enquanto evento comporta inúmeras semânticas e [que] as particularidades vividas por mulheres jovens, pobres, sozinhas, negras e moradoras de regiões rurais podem desenhar uma outra premissa de cuidado, para além da fisiologia ou da ausência de intervenções técnicas e farmacológicas (p. 397).…”
Section: O Parto De Elena O Parto De Elena O Parto De Elena O Parto D...unclassified
“…Também tomando o racismo institucional como temática importante na antropo-logia da saúde, Rosamaria Carneiro (2017) trabalha na interseccionalidade entre raça, classe e gênero para etnografar os serviços públicos voltados à vida sexual e reprodutiva das mulheres. A autora descortina processos cotidianos discriminatórios nas diferentes leituras do corpo negro feminino por parte dos profissionais desses serviços, como formas de tratamento diferenciadas, em narrativas que falam de mulheres que não são examinadas ou tocadas, seja durante o pré--natal ou consultas médicas ordinárias, ou não recebem analgesia na hora do parto por serem consideradas mais fortes e resistentes.…”
Section: Saúde Políticas Identitárias E Da Vida: Gênero Sexualidade Raça E Deficiênciaunclassified