Este texto pretende analisar as eleições municipais de 2016 na cidade paulista de Aparecida, enfatizando as disputas entre atores políticos e religiosos a partir das demandas materiais e simbólicas da cidade. No contexto deste pleito, os postulantes à prefeitura e os administradores religiosos do Santuário Nacional se concentraram no levantamento de problemas a serem sanados e nas soluções necessárias para o atendimento dos moradores locais e dos romeiros. Os atores em disputa colocaram suas perspectivas sobre a cidade tendo como ponto de partida a condição de terra santa e da função religiosa que, como tal, deveria executar. Na medida em que o processo eleitoral se desdobrava, os limites entre atores políticos e religiosos eram deslocados, confrontando os sentidos e imagens da cidade, tomados e endereçados a partir do interesse das partes em disputa.