ResumoÀ guisa de uma reflexão introdutória, são apresentadas, no início do presente trabalho, algumas das principais concepções de mito, surgidas no decurso da História do Pensamento e sistematizadas por diversos autores. O objetivo principal do artigo, porém, é dar um destaque especial ao que Freud e Lacan disseram sobre o mito, bem como à sua articulação com a Psicanálise, destacando a relação estreita de ambos com a Linguagem. Quando se afirma que o inconsciente é estruturado como uma linguagem por meio da ação significante e se constata que o mito é significante, pode-se dizer que o inconsciente estrutura-se numa dimensão mítica, no linguajar do mito. Sendo assim, o mito é um saber que nos atravessa sem que o saibamos, assim como o inconsciente. Concluímos que o mito, linguagem literária por excelência, tem a função de dizer o indizível, fornecendo-lhe um pouco de organização e proporcionando um resgate necessário à fala do inconsciente.Palavras-chave: mito; linguagem; Psicanálise.
AbstractThe beginning was the mythos: articulations between Myth, Psychoanalysis and Language. In the present work are presented the main conceptions of myth, appeared during History of thoughts and systematized for several authors. It was given a special stand out to what Freud and Lacan said about myth and also about its articulation with psychoanalysis and we emphasize the strait relation between them and the language. When its affirmed that the unconscious is structures with language through a meaning action, and its confirmed that the myth is meaningful, it can be said that the unconscious structure itself is in a mythic dimension, in myth language. This way the myth is a knowledge that passes through us without our own perception as the unconscious. We conclude that the myth, literary language for excellence, has the function to tell the unspeakable, giving us a little bit of organization and providing a necessary rescue to the unconscious language.