Este artigo desenvolve um estudo acerca do romance do escritor austríaco Robert Musil, O jovem Törless, publicado em 1906. Para tanto, abordar-se-ão obras das áreas da teoria da literatura, filosofia e teoria queer, abarcando as noções de identidade, desejo, sexualidade e sujeição. O aporte teórico compreende autores como Michel Foucault, Judith Butler, Eve Sedgwick e Jeffrey Meyers. Objetiva-se articular uma análise da obra de Musil, visando verificar como o processo de construção da identidade de Törless e o desejo homossexual são abordados no romance. Há, neste, o uso da figura de linguagem da preterição como recurso retórico em referência ao desejo homossexual, bem como a afirmação da identidade do protagonista através do mecanismo da dupla negação.