“…A segunda, começa em 2019 com a posse presidencial de um líder político populista alinhado com o espectro político da extrema direita: Jair Bolsonaro. Daquele momento em diante, a conjuntura de crise democrática foi intensificada, gerando um panorama político e social que ao mesmo tempo que traz termos próprios, se alinha com os principais debates sobre a crise da democracia.Como principais desenlaces do evento, destacaram-se: o impasse generalizado no balanço de forças políticas, a implementação de políticas dissociadas do que foi decidido pelas eleições e a interrupção de um projeto político que tinha como uma das suas bases, a ampliação dos direitos sociais(SINGER et al, 2016;AVRITZER, 2017;BIROLI, MIGUEL, 2017;LUCENA;PREVITALI;LUCENA, 2017;SANTOS, 2017;MIGUEL, 2019;VERBICARO, 2022).Com a consolidação do impeachment e a posse de Michel Temer como Presidente da República, a influência de setores conservadores, neoliberais, militares e ruralistas, a maior parte deles ligados ao projeto político que perdeu a disputa presidencial anterior, foi amplificada. Os acordos políticos se tornaram desbalanceados em favor desses setores, assim, uma série de medidas impopulares e com impacto negativo no campo social foram tomadas (SANTOS;BRAZ, 2017;NUNES;MELO, 2017;GOLDSTEIN, 2019;.NOTÍCIAS, 2016) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 que resultou no congelamento dos gastos federais nas áreas da saúde, assistência social, educação e meio ambiente pelo período de 20 anos (ALESSI, 2016).Na primeira fase da crise da democracia, de forma concomitante com a preparação para as eleições presidenciais que ocorreriam em 2018, o processo eleitoral foi constrangido com o impedimento do candidato que liderava as intenções de voto, Luiz Inácio Lula da Silva.…”